TCU forma maioria a favor da privatização da Eletrobras; veja como votaram os ministros
Apenas Vital do Rêgo, autor do pedido de vista que adiou o julgamento para esta quarta-feira, votou contra. Governo corre contra o tempo para vender controle da estatal ainda este ano
Embora ainda não tenham terminado de formalizar seus votos, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) já declararam sua posição em relação à continuidade do processo de privatização da Eletrobras. A decisão é crucial para que o governo consiga concretizar ainda este ano a venda do controle de uma grande estatal, evitando chegar às eleições sem ter cumprido esse compromisso de campanha.
A privatização da empresa também é vista por especialistas e executivos do setor como essencial para que ela recupere capacidade de investimento. Para outros, incluindo parlamentares da oposição que tentam barrar a iniciativa, o controle privado da companhia pode elevar os riscos da gestão energética do país.
O TCU tem nove ministros. A sessão foi liderada pela presidente da corte de contas, Ana Arraes, que não votou. Veja como cada um dos integrantes do colegiado se posicionou:
Aroldo Cedraz: O relator do processo defendeu a privatização da empresa e votou a favor da continuidade do processo. No entanto, determinou em seu voto a revisão do preço mínimo por ação que o governo vai estabelecer na oferta das ações na Bolsa no processo de capitalização escolhido para que a União passe o controle da empresa para a iniciativa privada, entre outras recomendações.
Vital do Rêgo: Foi o único a votar contra. Ele havia sido o autor do pedido de vista que adiou o julgamento para esta quarta-feira, quando foi derrotado em novo pedido para suspender o julgamento. Ele argumentou que votou contra porque considerou que a avaliação da Eletrobras não foi feita de forma correta, reduzindo o valor potencial das ações. Ele também considerou que há riscos de aumento das contas de luz com a gestão privada de uma das principais geradoras de energia do país, deixando o governo sem capacidade de influenciar.
Jorge Oliveira: Indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro e próximo do governo, Oliveira votou a favor e também pediu ajustes, como o reforço de mecanismos que assegurem a empresa como uma corporação de capital pulverizado e impeçam, no futuro, que o governo possa reestatizar a empresa ou que um grupo privado assuma seu controle.
Walton Alencar Rodrigues: Apenas acompanhou o voto de Oliveira e não leu seu voto durante a sessão.
Benjamin Zymler: Votou a favor da privatização e disse não ver fundamentos nas alegações de Vital do Rêgo.
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Bruno Dantas: Votou a favor e concordou com a proposta de Oliveira e com a crítica do relator de que a avaliação do preço mínimo deve ser refeita pelo governo.
Antonio Anastasia: Votou a favor e também não leu seu voto em plenário.
Augusto Nardes: Pediu para adiantar a formalização do seu voto a favor da continuidade do processo de privatização, mas não leu seu voto em plenário. Pediu para se retirar antes do fim da sessão.