Eleições

Após pesquisa, presidentes do PSDB, MDB e Cidadania concluem que Tebet é mais viável

Decisão sobre Tebet ainda precisa ser referendada pela Executiva dos três partidos que vão se reunir na próxima terça-feira

Simone Tebet - Roque de Sá/Agência Senado

Em reunião a portas fechadas, os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania chegaram à conclusão nesta quarta-feira (18) que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) é mais viável eleitoralmente do que o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). Os três dirigentes - Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB) e Roberto Freire (Cidadania) - analisaram os dados de uma pesquisa encomendada pelas três siglas e combinaram de levar o nome da parlamentar para ser referendado pela Executiva dos três partidos na próxima terça-feira (17).

No encontro ocorrido na sede do Cidadania, em Brasília, o professor Paulo Guimãres, do instituto que leva o seu nome, apresentou os resultados da pesquisa que foi encomendada para verificar quem seria o candidato mais viável para disputar o Planalto neste ano - Tebet ou Doria. Segundo políticos que participaram da reunião e não quiseram se identificar, o levantamento apontou a senadora como a favorita por ter uma rejeição menor do que Doria e ter mais potencial de crescimento.

O levantamento também verificou que a senadora é vista como alguém mais pacificador e menos agressivo, o que lhe daria mais condições de romper a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) - os dois lideram as pesquisas eleitorais até agora. Ao GLOBO, Guimarães afirmou que Doria apareceu com uma rejeição "monstruosa", assim como Lula e Bolsonaro.

Na saída da reunião, os dirigentes não quiseram anunciar oficialmente a opção por Tebet, restringindo-se a dizer que consultariam antes a Executiva de cada partido para decidir por um candidato único da terceira via.

"Terça-feira que vem fica público uma posição dos três partidos e se os três confirmam essa posição. E a partir daí inicia-se um processo de dois candidatos postos",  afirmou Bruno Araújo.

"Nós três chegamos a um consenso. Só que não somos nós que vamos decidir, não vai ser uma decisão individual minha, nem do Bruno, nem do Baleia", completou Freire.

A hesitação se deve ao fato do ex-governador paulista dar sinais de que não está disposto a deixar o páreo e ter ameaçado recorrer à Justiça se não fosse lançado como pré-candidato do PSDB. Ele se fia no argumento jurídico de que o partido aprovou em prévias o nome dele.

Nesta terça-feira, boa parte dos dirigentes do PSDB se reuniram no diretório nacional, em Brasília, para ampliar a pressão para que Doria seja convencido a desistir da disputa à Presidência. O movimento foi capitaneado por seu opositor, o deputado Aécio Neves, que declarou ontem que ele está "atrapalhando" a campanha dos pré-candidatos aos governos estaduais.  A Executiva tucana chegou a aprovar que o paulista fosse "convidado" para uma reunião na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Mas ele declinou do convite.