Em visita do bilionário ao Brasil, Bolsonaro chama Elon Musk de "líder da liberdade"
Em discurso no qual ressaltou a presença da tecnologia no cotidiano, Bolsonaro teceu elogios ao homem mais rico do mundo
O presidente Jair Bolsonaro chamou Elon Musk de "líder da liberdade" ao comentar a visita do bilionário ao Brasil, nesta sexta-feira (20), em São Paulo. No encontro, o dono da SpaceX anunciou um plano para conectar 19 mil escolas da Amazônia, além de monitorar a floresta.
Em discurso no qual ressaltou a presença da tecnologia no cotidiano, Bolsonaro teceu elogios ao homem mais rico do mundo. Ao citar a liberdade, chamou de "sopro de esperança" a movimentação de Musk para comprar o Twitter.
"O mais importante da presença dele é algo que é imaterial. Hoje em dia, poderíamos chamá-lo de 'líder da liberdade'. É aquilo que nos fará falta para qualquer coisa que, porventura, possamos pensar para o futuro. A liberdade é a semente para o futuro", afirmou o presidente.
Amazônia
Bolsonaro ainda afirmou que a visita de Musk é algo que "marcará para sempre" o Brasil. Sobre a Amazônia, o presidente disse que aguarda a colaboração do bilionário e que a parceria do governo brasileiro com empresa dele, a Starlink, vai mostrar a Amazônia para o mundo.
"Contamos com Elon Musk para que a Amazônia seja conhecida por todos no Brasil e no mundo. Para mostrar a exuberância dessa região, como ela é preservada por nós e quantos malefícios causam para nós aqueles que difundem mentiras sobre essa região", acrescentou.
Especialistas dizem, porém, que a tecnologia da Starlink permite somente conexão remota e envio de fotos e vídeos, como qualquer troca de arquivos via Whatsapp, por exemplo.
Apenas o monitoramento – ou seja, o uso de sistemas que façam a interpretação das imagens captadas a partir de um profundo conhecimento da área – permite a preservação, afirmam.
Musk, o homem mais rico do mundo, e Bolsonaro participaram do evento "Conecta Amazônia", organizado pelo Ministério das Comunicações, no Hotel Fasano Boa Vista, na cidade de Porto Feliz, interior de São Paulo.
Na sequência, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, agradeceu a Musk, a quem chamou de "visionário”, e disse que o Brasil o ama. Faria é um entusiasta do uso dos satélites de Musk para monitorar a Amazônia, apesar de especialistas dizerem que a tecnologia da empresa não permite esse tipo de supervisão.
Questionado sobre como pretende garantir que a operação da sua rede de satélites na Amazônia promova a proteção da floresta e também a privacidade dos dados coletados, Musk disse que a "Starlink tem uma forte política de privacidade":
"Fazemos encriptação. Mesmo que queiramos, não sabemos qual é a configuração digital. Se tornamos isso possível para nós, então é possível para os outros. E sobre preservar e proteger a Amazônia, você pode produzir muitas imagens e vídeos para tentar entender o que está acontecendo. Você precisa dessa conectividade para entrar no grau afetado."
O evento teve presença de vários empresários e executivos. O banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual, levou ao encontro cerca de 40 estudantes da escola Inteli, mantida por sócios do banco.
Um dos jovens fez perguntas sobre como Musk faz para manter sua equipe e si mesmo motivados.
"Busque a explicação das coisas. É difícil ficar motivado sobre algo se você não sabe por que está fazendo. Explique por que um assunto é importante para você. O cérebro ignora coisas que não são importantes. Na SpaceX, na Tesla e na Neuralink, há missões claras para cada uma. Você está fazendo coisas que são realmente úteis para as pessoas? É sobre o quão útil você é. Tente isso, embora eu saiba que é difícil."
Dono da fabricante de veículos elétricas Tesla e da Space X, Musk também respondeu ao questionamento de um jovem sobre como a sociedade deve se preparar para o potencial contingente de desempregados a ser gerado pelo carro autônomo, o bilionário afirmou que, "embora contra intuitivo" a tecnologia gerará mais empregos do que os que eventualmente eliminaria.
"Estou confiante de que a Tesla terá uma solução de condução em que não precisará haver ninguém no carro daqui a um ano, e podemos estendê-lo para caminhões e outros veículos. Soa contra-intuitivo porque parece que muitas pessoas perderão seus empregos, como os motoristas de caminhões, por exemplo. Mas, na verdade, muitos mais empregos serão criados. Eles estarão manejando dez ou vinte caminhões de uma vez, em vez de um", completou ele.