Após casos de violência em PE, clubes, FPF e polícia farão reunião para definir ações em dia de jogo
Integrantes do Ministério Público também participaram do encontro, que deve ocorrer no início de junho, para coibir futuras confusões nos estádios pernambucanos
Em um intervalo de poucos dias, Pernambuco foi palco de dois casos de violência nos estádios. Primeiro, no duelo entre Sport e Corinthians, na Ilha do Retiro, pela Copa do Brasil sub-17, com agressão e roubo de membros de uma organizada do Leão a torcedores da equipe paulista. Depois, com integrantes de uma torcida do CSA, com apoio de uma organizada do Santa Cruz, que jogaram pedras em direção à arquibancada em que estava a torcida do Náutico, no embate entre Timbu e Azulão, nos Aflitos, pela Série B. Cenário que fez o Ministério Público convocar uma reunião com dirigentes de Sport, Náutico e Santa Cruz, além da Federação Pernambucana de Futebol, Polícia Militar e Polícia Civil. Em pauta, um plano para coordenar o esquema de segurança em dias de jogo e evitar que as confusões virem cenas ainda mais recorrentes no esporte local.
"Acredito que no início do próximo mês, antes do dia 15, vamos nos reunir para debater essa pauta. Precisamos criar um plano de ação reunindo todos os responsáveis. É obrigação de todos os envolvidos tomar uma atitude. Falta uma coordenação maior entre todas as partes", afirmou o promotor do Juizado do Torcedor, José Bispo.
De acordo com o promotor, nos dois casos citados, ninguém foi denunciado ao Juizado do Torcedor, preso ou detido. "Achei muito estranho ninguém ter sido levado ao Juizado. Temos ume espaço que cobre um raio de cinco quilômetros envolvendo todos os atos de violência dentro ou fora do estádio. Falta também isso (denúncia) para que a pessoa saia já com uma medida restritiva", reforçou.
Em tese, desde 2020, as torcidas organizadas de Náutico, Santa Cruz e Sport foram extintas pela Justiça de Pernambuco. O promotor, porém, reconhece que a medida não foi suficiente para diminuir os casos de violência. "Falta um cadastro dos membros que eram das organizadas. Hoje, podemos proibir de entrarem com a camisa dessas torcidas, mas se eles estiverem com outra, poderão entrar no estádio. É necessário criar uma identificação dos responsáveis pelos atos violentos para impedir que eles continuem fazendo isso", pontuou.