'Fomos positivamente surpreendidos', diz Tebet sobre desistência de Doria
Decisão de ex-governador paulista abre caminho para senadora do MDB como a candidata da "terceira via"
Em visita a Cuiabá, a senadora e presidenciável Simone Tebet (MDB-MS) disse ter se surpreendido "positivamente" com a desistência de João Doria de disputar a Presidência da República, anunciada mais cedo.
Em pronunciamento convocado para tornar pública sua decisão, Doria disse entender "não ser a escolha da cúpula do PSDB". Tebet ganhou força no PSDB como o nome mais viável para enfrentar o cenário de polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro.
PSDB, MDB e Cidadania são parte de uma coalizão para lançar um único nome ao pleito. Apesar de ter vencido as prévias tucanas, o ex-governador vinha enfrentando forte oposição dentro do partido.
"Fomos positivamente surpreendidos. Mas era de alguma forma esperado. Tenho pelo João Doria a mais profunda amizade. Nós somos colegas e amigos. Estávamos em uma disputa equilibrada, democrática, onde conversávamos em alto nível. Só tenho a agradecer a grandeza e a generosidade do governador João Doria", afirmou Tebet.
Ela em seguida elogiou Doria e diz estar otimista em relação ao projeto presidencial. Mesmo assim, ela encontra resistência de lideranças de seu partido, já que há tanto uma ala pró-Lula, composta por parlamentares como o senador Renan Calheiros (AL), quanto uma bolsonarista. Nesta segunda-feira, ela repetiu o que vem dizendo quando questionada sobre o assunto:
"É natural que não tenhamos a unanimidade, mas teremos a unidade do partido na convenção", declarou.
A senadora mencionou o fato de que, até ano passado, havia outros nomes concorrendo como postulantes a uma candidatura única da chamada "terceira via". Antes de Doria, ficaram pelo caminho no projeto presidenciável os ex-ministros Sergio Moro e Luiz Henrique Mandetta (União), Rodrigo Pacheco (PSD), João Amoêdo (Novo) e Eduardo Leite (PSDB). Ela diz que agora a meta é conversar com lideranças políticas que até então "não acreditavam" em seu projeto.