Guarda costeira da Grécia impede entrada de quase 600 migrantes
Migrantes tentavam atravessar o Mar Egeu a partir da Turquia
A Guarda Costeira da Grécia impediu nesta segunda-feira (23) a entrada de quase 600 migrantes que tentavam atravessar o Mar Egeu a partir da Turquia, na maior tentativa no decorrer do ano.
Um porta-voz da Guarda Costeira grega informou que cinco barcos e quatro botes infláveis deixaram a costa turca na manhã de segunda-feira com a intenção de chegar à Grécia.
"Os navios de patrulha gregos conseguiram localizar rapidamente as embarcações alertar a Guarda Costeira turca", afirmou o porta-voz à AFP.
Ele acrescentou que todas as embarcações retornaram ou foram interceptadas.
"Todo o incidente aconteceu do lado turco", completou.
Segundo uma fonte do Ministério de Migração, as chegadas às ilhas gregas durante os primeiros quatro meses de 2022 aumentaram 30% com relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com dados da pasta, mais de 3.000 solicitantes de asilo chegaram à Grécia este ano, 1.100 deles no mês passado.
Há mais de 2.300 solicitantes nos campos de refugiados das ilhas de Lesbos, Samos, Quíos, Cos e Leros, todas próximas à Turquia, indicam as últimas estatísticas oficiais, de abril.
Atenas culpa regularmente a Turquia por não tomar medidas suficientes para deter os traficantes de pessoas que enviam de suas costas os migrantes em embarcações perigosas, descumprindo um acordo de 2016 com a União Europeia.
A Grécia é um dos 27 membros da União Europeia, entre os quais não está a Turquia.
Grupos de direitos humanos têm destacado os estritos controles fronteiriços na Grécia e acusam sua guarda costeira de realizar devoluções ilegais à Turquia.
O governo grego nega essas acusações e, em março, a autoridade nacional de transparência disse que não havia encontrado evidências de tais práticas em uma investigação que realizou durante quatro meses.
A agência de fronteiras da UE, Frontex, também foi acusada várias vezes por grupos de direitos humanos de praticar devoluções ilegais.