Sul-africano se torna primeira pessoa a fazer voo autorizado de parapente no Everest
Pierre Carter tem 55 anos e começou a praticar alpinismo na adolescência
O sul-africano Pierre Carter, de 55 anos, se tornou a primeira pessoa a fazer um voo de parapente autorizado no monte Everest. Conforme divulgado nesta terça-feira (24), o aventureiro saltou próximo do topo na semana passada, a uma altitude de quase 8 mil metros, cruzando o Himalaia enquanto outros alpinistas desciam a pé. A iniciativa pode abrir portas para uma nova modalidade de turismo no pico mais alto do mundo.
Carter voou a uma velocidade de 80 quilômetros por hora, levando apenas 20 minutos para pousar em terra firme, perto do pequeno povoado de Gorakshep.
"Foi um belo voo. Primeiro acima das nuvens e depois através das nuvens e para baixo. Mas a decolagem é sempre difícil quanto mais alto você estiver... seu planador não quer voar tão facilmente", disse Carter à AFP.
Apenas três voos foram registrados no Everest, todos sem autorização do governo. O alpinista e piloto francês Jean-Marc Boivin foi a primeira pessoa a descer de parapente em 1988. Um casal francês fez um voo duplo do cume em 2001, feito que foi repetido uma década depois por um par de alpinistas nepaleses.
Carter começou a praticar alpinismo ainda adolescente e logo se interessou pelo parapente. Desde 2005, ele voou de cinco das sete montanhas no mundo, começando com o Monte Elbrus, na Rússia. Carter chegou ao cume do Denali, no Alasca, em 2016, mas não foi autorizado a voar. Ele pretende repetir o feito no Monte Vinson, na Antártida.
"Esta é a primeira vez que o Nepal emite uma licença de voo em suas montanhas", disse Dawa Steven Sherpa, da empresa Asian Trekking, que organizou a expedição à AFP.
Ele espera que mais alpinistas sigam o exemplo de Carter na próxima temporada, agora que as autoridades nepalesas demonstraram disposição em permitir voos.
"Muitos alpinistas também fazem voos de parapente e a ideia de subir e descer dessa forma está ganhando popularidade. As autoridades agora veem que isso pode impulsionar a indústria do turismo do Nepal, especialmente após a Covid-19", disse.