Guerra na Ucrânia

Orban impõe novo estado de emergência na Hungria devido à guerra na Ucrânia

O Parlamento húngaro havia criado uma nova legislatura aprovando uma emenda constitucional que permite que o estado de emergência declarado "por causa de um conflito"

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban apresenta os membros do novo governo húngaro antes de uma cerimônia de juramento no prédio do Parlamento húngaro em Budapeste em 24 de maio de 2022 - Attila Kisbenedek / AFP

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban decretou um novo estado de emergência nacional a partir de meia-noite desta terça-feira (24), alegando a necessidade de enfrentar as consequências da guerra na Ucrânia, país vizinho invadido pela Rússia.

A Hungria já vive sob estado de emergência, que deve durar até a próxima terça-feira, instaurado pelo líder ultranacionalista para enfrentar a pandemia de coronavírus.

"O mundo está à beira de uma crise econômica. A Hungria deve se manter fora desta guerra e proteger a segurança financeira de suas famílias", afirmou Orban no Facebook. 

"Para isso, é preciso ter margem de manobra e agir imediatamente. O governo, no exercício do direito que lhe confere a Lei Fundamental, declara estado de emergência por guerra a partir da meia-noite", acrescentou. 

Pouco antes deste anúncio, o Parlamento húngaro iniciou uma nova legislatura aprovando uma emenda constitucional que permite que o estado de emergência seja declarado "por causa de um conflito". 

O partido Fidesz de Orban tem maioria de dois terços na Câmara.

Orban indicou que as primeiras medidas relacionadas ao decreto serão anunciadas na quarta-feira.

A ONG de defesa das liberdades cívicas TASZ denunciou um "estado de emergência permanente", lembrando que esse tipo de regime, que restringe as liberdades, já está em vigor no país devido à pandemia e que deve ser levantado em 31 de maio.

O novo decreto "concede a Viktor Orban mais margem de manobra que de costume" para "restringir ou suspender pura e simplesmente os direitos fundamentais de cada pessoa", afirmou TASZ.

Orban, no poder há doze anos neste país-membro da União Europeia (UE) e da Otan, costuma ser alvo de críticas de seus sócios ocidentais por abusos de poder.