Rio de Janeiro

Bolsonaro parabeniza ação policial que deixou 25 mortos na Vila Cruzeiro

Presidente lamentou morte de moradora e disse que policiais reagiram a serem atacados a tiros

Operação na Vila Cruz - Mauro Pimentel/AFP

O presidente Jair Bolsonaro exaltou nas redes sociais na noite dessa terça-feira a operação conjunta do Batalhão de Operações Policiais (Bope), da Polícia Militar, e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha, Zona Norte do Rio, que resultou em 25 mortes, entre elas uma moradora.

Na publicação, Bolsonaro deu "parabéns aos guerreiros do BOPE e da Polícia Militar do Rio de Janeiro", dizendo que eles "neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa".

"A operação vinha sendo planejada há meses e os agentes de segurança monitoravam os passos de chefões do tráfico com objetivo de prendê-los fora da comunidade, o que não foi possível devido ao ataque da facção, fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações", escreveu Bolsonaro.

O presidente afirmou que parte dos alvos da operação foi responsável pelo assassinato de 13 agentes de segurança pública somente em 2022.

'"Especialistas" omitem essas informações com o intuito de demonizar aqueles que arriscam suas vidas por nós', criticou Bolsonaro, listando os números da operação. "A ação integrada resultou ainda na apreensão de grande quantidade de drogas; 13 fuzis, 4 pistolas e 12 granadas; além de recuperar 30 veículos roubados."

Por fim, Bolsonaro disse lamentar pela morte da moradora e fez crítica à cobertura da imprensa.

"Lamentamos pela vítima inocente, bem como pela inversão de valores de parte da mídia, que isenta o bandido de qualquer responsabilidade, seja pela escravidão da droga, seja por aterrorizar famílias, seja por seus crimes cruéis."

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação. O Ministério Público Federal (MPF) também investigará a participação dos agentes da PRF na ação.