Mercado de trabalho

Etarismo, velhofobia e a mudança geracional do mercado de trabalho brasileiro

Empresas como Tim, HubMulher e Deloitte já se pronunciaram a respeito do assunto e lançaram um guia chamado "Glossário da Longevidade: um guia para o mercado, a mídia, sociedade e profissionais em geral".

Idoso - Agência Educa Mais Brasil

Discriminação etária, discriminação generacional, etaísmo, idadismo, velhofobia, ageísmo ou etarismo. São vários nomes para o principal problema: o preconceito com a idade. Contra isso, grandes empresas como a Tim, HubMulher e Deloitte procuram criar ambientes de trabalho mais diversos e inclusos, e juntas, lançaram um guia chamado “Glossário da Longevidade: um guia para o mercado, a mídia, sociedade e profissionais em geral”.

“O glossário tem uma missão que começa e não acaba. Ele será sempre atualizado, recebendo constantemente novos significados que ampliem o conhecimento sobre o tema. É imensa a luta para tornar o mundo, os países, as cidades, as empresas, as famílias e cada um de nós, mais inclusivos às pessoas que viveram mais, experimentaram mais, ensinaram mais, amadureceram mais e que, garanto, querem um mundo muito melhor. Quando a gente entende, a gente compreende, quando a gente compreende nasce a empatia”, explica Patrícia, que escreveu o glossário junto com Simone B. Lara, editora do blog Cinza Poderoso e também professora do curso de longevidade da FGV.

Estima-se que daqui há 18 anos, a população idosa ultrapassará o número de jovens no Brasil, segundo dados do IBGE. Com base nisso, é necessário incrementar novas políticas públicas que integrem esses idosos no ambiente de trabalho, e que destaquem o valor e importância de ambientes livres de preconceitos e paradigmas. 

Com base nos dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), metade da força de trabalho do Brasil terá mais de 50 anos até 2040. Até 2050, um terço da população brasileira terá 60 anos ou mais, e assim por diante. Com essa tendência, o IBGE já conseguiu traçar parte do retrato do país e apontou que o país está mais velho e com famílias menores.

Pensando nisso, a Tim lançou várias ações, incluindo o programa Tim 50+ e seu programa de indicação interna, em que profissionais da própria Tim podem indicar pessoas de 45 anos ou mais para vagas na empresa. 

Ruzinete Gomes, 54 anos, formada em psicologia e mãe de dois filhos, atua na área de Suporte a vendas na Tim Nordeste, no escritório de Recife. Há quase 15 anos na empresa, diz se sentir orgulhosa por fazer parte da equipe: “Fico muito orgulhosa em fazer parte da Tim, e ver que ela está adotando uma postura firme e proativa, para combater todo tipo de preconceito. É uma vitória para profissionais mais experientes saber que as ações vão além do discurso e se refletem em medidas práticas, para promover o respeito e a inclusão. Sem contar que são iniciativas que vão além da empresa e atingem a sociedade de forma ampla. Entendo que este é só mais um item desta grande mudança que a Tim vem fazendo.”

Quando questionada sobre os preconceitos com sua idade, ela relata que nunca enfrentou problemas. “Como estou há 15 anos na empresa, conheço grande parte dos funcionários, não só da regional, como de todas as unidades, e me sinto muito valorizada por todos, dos colegas aos líderes. Há uma sinergia e uma grande parceria”, informa. 

O Glossário da Longevidade conta com mais de 50 páginas de palavras do cotidiano do paradigma do idoso e seus significados, como um dicionário para aqueles que não sabem quais termos devem e não devem utilizar no meio da comunicação, e está disponível para download no blog Cinza Poderoso