Aulas presenciais continuam suspensas nas escolas municipais do Recife
Dos 34 abrigos temporários, 17 são escolas e creches; número de desabrigados e desalojados no município chegou a 3.640
Em meio aos esforços para ajudar as vítimas das chuvas que atingiram o Recife nos últimos dias, a Prefeitura do Recife anunciou, na noite desta segunda-feira (30) a manutenção da suspensão das aulas presenciais da rede municipal de ensino para esta terça-feira (31). A gestão municipal também divulgou o balanço das últimas 20 horas do resgate de corpos de vítimas dos deslizamentos de terra na cidade, além de reforçar o mutirão de limpeza nos locais mais atingidos pelas chuvas.
Aulas presenciais mantidas
Os mais de 95 mil estudantes da rede municipal do Recife terão mais um dia de aulas presenciais suspensas, por conta dos efeitos das chuvas do último fim de semana. Os estudantes, entretanto, continuarão tendo acesso às aulas remotas através da plataforma Educa Recife. As escolas profissionalizantes da rede municipal seguem a mesma orientação e também não abrirão. Atualmente, dos 34 abrigos temporários ofertados pela Prefeitura, 17 estão situados em escolas e creches da rede municipal de ensino, além de centros sociais.
Balanço das buscas aos desaparecidos e acolhimento em abrigos
Segundo a Prefeitura do Recife, o número de desabrigados e desalojados no município chegou a 3.640, na noite desta segunda-feira. Cinco pessoas continuam desaparecidas. Foram resgatados 40 corpos, sendo 37 óbitos confirmados como moradores da cidade desde o último sábado (28).
A cidade está com 34 equipamentos funcionando como abrigos temporários, sendo 17 escolas e creches municipais. Até o momento, foram registradas 115 ocorrências críticas, especialmente nas comunidades de Jardim Monte Verde, Milagres, Sítio dos Macacos e CAIC Barro, desde o último sábado (28).
Mutirão de limpeza
O mutirão de limpeza realizado pela Prefeitura do Recife esteve na tarde desta segunda-feira (30) na comunidade de Jardim Uchôa, em Areias, onde casas ficaram ilhadas depois que o Rio Tejipió transbordou. O prefeito João Campos vistoriou os trabalhos da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) no local, que chegou a registrar pontos de alagamentos em vias públicas. A intervenção contou com o suporte de pá carregadeira e quatro caminhões-caçamba.
“Estamos em um trecho aqui em Jardim Uchôa, em Areias, em que áreas foram atingidas. O sofrimento é muito grande, a gente está conversando com as pessoas e firmando o compromisso de estar junto delas, de poder entender e escutar. Aqui atrás fica o Rio Tejipió, em que a gente precisa estruturar uma operação de dragagem. Hoje, essa é a principal área de dragagem do Recife, onde temos o maior desafio, e esse tem que ser um esforço conjunto. Essa é uma obra muito grande para uma cidade só, mas a gente tem que fazer. Tem vários bairros aqui no entorno que dependem disso. Essa chuva foi muito forte, chegou em todo canto. Mas, em chuvas menores essa região também sofre muito. Por isso, temos que fazer a dragagem do Tejipió”, explicou o prefeito João Campos.
Durante as fortes chuvas que atingiram a capital pernambucana nos últimos dias, a água subiu muito rápido e alguns moradores usaram geladeiras para fazer o resgate de crianças e pessoas idosas.
“Estamos junto das famílias que perderam seus bens, seus móveis e estamos criando um plano específico de apoio. Essa chuva foi a maior dos últimos 50 anos da cidade. A gente sabe que tem lugar que alaga com frequência, mas essa chuva chegou a locais que nunca deu água no Recife. O nosso foco inicial foi salvar vidas, corremos para os morros para tirar as famílias que estavam em riscos, montamos abrigos e estamos coletando doações. Agora, a gente está com toda equipe chegando nas áreas em que foram alagadas e a água está baixando. Em cada lugar, a gente vai colocar um secretário da Prefeitura do Recife para coordenar as ações e atender a população. Toda a família que foi atingida, vai ter o apoio direto da Prefeitura”, acrescentou o prefeito.