FAO: Leve queda nos preços mundiais dos alimentos, mas trigo segue em alta
Como consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia, preço do trigo aumentou 5,6%
Os preços mundiais dos alimentos registraram leve recuo em maio, pelo segundo mês consecutivo, com exceção do trigo que permanece em alta, anunciou nesta sexta-feira (3), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Após um recorde histórico em março devido à guerra na Ucrânia, o índice FAO dos preços de alimentos, que monitora a variação mensal dos preços internacionais de uma cesta de produtos básicos, caiu 0,6% devido ao recuo nos valores dos óleos vegetais e laticínios.
Após 100 dias de guerra que desestabilizaram os mercados e as cadeias de abastecimento em todo mundo, o índice FAO chegou a 157,4 pontos, o que representa uma alta de 22,8% em ritmo anual registrada desde maio de 2021, segundo a organização.
Ao mesmo tempo, os preços do trigo aumentaram 5,6%, uma alta vinculada "ao anúncio de um embargo das exportações da Índia, preocupações com as condições das safras em vários grandes países exportadores" e uma redução das projeções de produção na Ucrânia.
Em 12 meses, este cereal - do qual Rússia e Ucrânia são responsáveis por 30% do comércio mundial - registrou alta de 56,2% do preço.
O índice FAO dos óleos vegetais recuou 3,5% no mesmo período, sob efeito de uma queda dos preços dos óleos de palma, de girassol, de soja ou de canola.
"As restrições à exportação geram incerteza no mercado e podem provocar uma alta de preços e uma volatilidade crescente", destaca o economista chefe da FAO, Máximo Torero Cullen.
A FAO também prevê uma "provável queda" na produção mundial de cereais em 2022 - a primeira em quatro anos - a 2,7 bilhões de toneladas, 16 milhões abaixo da produção recorde estimada para 2021.