Justiça

Advogados da madrasta contestam laudo do suco gástrico do enteado supostamente envenenado por ela

Advogados alegam que houve imparcialidade da perícia

Fernanda Carvalho, vítima - Foto: reprodução

Advogados de Cíntia Mariano, madrasta acusada de envenenar enteados, Fernanda e Bruno num intervalo de dois meses, alegam que a acusação contra a cliente "é o maior erro Judiciário do Rio de Janeiro". Carlos Augusto Santos e Raphael Souza contestam o resultado do laudo pericial do suco gástrico de Bruno, que analisou "pedrinhas azuis" da suposta tentativa de homicídio por envenenamento por chumbinho.

 — A perita analisou o material e deu uma sugestão, só que o perito não pode dar sugestão. Ela tinha que trazer de forma técnica, mas disse que entendeu que os grânulos seriam chumbinho — disse Carlos Augusto Santos — Qual foi o método utilizado para ela trazer essa informação na perícia?

O estudante relatou que passou mal logo após ingerir "umas pedrinhas azuis que estavam no feijão" e que a madrasta apagou a luz quando serviu o prato. Cíntia, em depoimento, falou aos policias que as "pedrinhas" eram apenas tempero do bacon que não tinha dissolvido na comida.

 O exame do IML detectou os materiais em exame feito com o suco gástrico do estômago do enteado, mas não atestou pelos grânulos a presença de inseticidas ou outras substâncias tóxicas.

— O laudo é taxativo só corrobora o laudo do material arrecadado na casa dela enquanto ela estava depondo, que é o feijão. Os dois laudos deram negativos (do feijão e do suco gástrico), então é mais uma hipótese de prisão ilegal — comentou Raphael Souza, um dos advogados.

Carlos Augusto Santos afirmou que a prisão da Cíntia Mariano é precipitada e que eles vão utilizar todos os meios legais cabíveis para reverter a situação processual da acusada:

— O que nós temos no caso Cíntia Mariano é uma espetacularização por parte da autoridade policial. Em momento algum chegou ao nosso conhecimento que Cíntia falou estava acusando o seu filho. Ela reservou ao direito dela de ficar em silêncio — disse o advogado. — O delegado afirmou na grande mídia que ela acusou o filho, ela rompeu o direito dela de silêncio. Em momento algum ela acusou o filho dela Lucas, o que ela falou é que não confessou a prática de nenhum crime delituoso para o filho e não o acusou diretamente.