Cúpula das Américas

México descarta deterioração em relação com EUA por críticas à Cúpula das Américas

O fluxo em massa de migrantes sem documentos para os Estados Unidos será um dos temas centrais da cúpula

O chanceler mexicano Marcelo Ebrard gesticula durante uma coletiva de imprensa sobre sua participação na IX Cúpula das Américas em Los Angeles, na Cidade do México, em 7 de junho de 2022 - Alfredo Estrella / AFP

O chanceler do México, Marcelo Ebrard, descartou nesta terça-feira (7) uma deterioração na relação com os Estados Unidos após a rejeição do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador de comparecer à Cúpula das Américas.

A relação entre os dois países, que compartilham uma fronteira de 3.200 quilômetros, "hoje é muito boa, é muito extensa (...), é positiva e continuará assim, não esperamos uma mudança nisso", afirmou em coletiva de imprensa Ebrard, que representará o México no encontro regional que começou na segunda-feira em Los Angeles.

López Obrador declinou na segunda-feira o convite de seu homólogo americano Joe Biden devido à exclusão de Cuba, Nicarágua e Venezuela, cujos governos Washington classifica como antidemocráticos.

"O presidente López Obrador tem um convite do presidente Biden para visitar Washington em julho", lembrou Ebrard como exemplo de bons laços. 

O chanceler também minimizou a caravana de imigrantes sem documentos que deixou a cidade mexicana de Tapachula (sul) na segunda-feira para ir aos Estados Unidos. Segundo ativistas, é composta por cerca de 15 mil pessoas. 

"É mais uma. Já tivemos muitas outras caravanas e haverá um tratamento de acordo com a lei, atento aos direitos (dos migrantes) como já aconteceu em outras ocasiões", disse o responsável.

O fluxo em massa de migrantes sem documentos para os Estados Unidos será um dos temas centrais da cúpula. 

Para conter esse êxodo, Ebrard adiantou que o México insistirá em Los Angeles que "é preciso um grande investimento em várias regiões da América Latina e Caribe", afetadas pela pandemia e pela pobreza. 

O país também defenderá que a região "tem que caminhar para um novo tipo de organização nas Américas baseado no respeito mútuo, na inclusão de todos", acrescentou, referindo-se à exclusão dos países mencionados.