Mundo

Crise alimentar eleva risco de tensão social em 11 países

O estudo da seguradora Allianz Trade prevê inclusive protestos capazes de derrubar governos

Milhões de pessoas na Somália correm o risco de passar fome, sendo as crianças as mais vulneráveis - Yasuyoshi Chiba / AFP

Um estudo da seguradora Allianz Trade alerta que 11 países, em particular da África, Ásia e Oriente Médio, apresentam risco elevado de tensões sociais devido ao aumento dos preços dos alimentos.

"Se não alimentamos a população, alimentamos o conflito", alerta a Allianz Trade no estudo, que prevê inclusive protestos capazes de derrubar governos, como ocorreu na Primavera Árabe de 2010 em países do Norte da África e Oriente Médio.

Na época, os preços dos alimentos aumentaram 50%, um nível inferior ao registrado atualmente com o trigo em comparação a seu preço de 2012, afirma a seguradora.

"O impacto dos preços dos alimentos representa uma inquietação particularmente elevada para os países que são importadores líquidos de alimentos ou de certos alimentos que agora estão em falta pela guerra na Ucrânia, como os cereais", destaca o estudo.

A Allianz Trade aponta 11 países com um risco particular: Argélia, Tunísia, Bósnia-Herzegovina, Egito, Jordânia, Líbano, Nigéria, Paquistão, Filipinas, Turquia e Sri Lanka.

Outros países como Romênia, Bahrein ou Cazaquistão apresentam um risco mais ou menos elevado. O estudo também inclui China e Arábia Saudita neste grupo, mas com menor risco devido às finanças estatais mais sólidas.

O Fundo Monetário Internacional alertou no final de abril para o "risco de problemas sociais" na África subsaariana devido ao aumento dos preços dos alimentos. Esta região importa 85% do trigo consumido.