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Bolsonaro pede para Petrobras não reajustar combustíveis

Chefe do Executivo cobra mudança na presidência da estatal em meio a resistência do Conselho para convocar reunião

Jair Bolsonaro - Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que verá como um ataque direto ao governo caso a Petrobras decida reajustar o preço dos combustíveis nos próximos dias. Em transmissão feita nas suas redes sociais nesta quinta-feira, Bolsonaro novamente gastou a maior parte do tempo para criticar a empresa e insinuou que enxergará "interesse político" na decisão da estatal.

O presidente comemorou a aprovação do projeto que limita a 17% a cobrança do ICMS pelos estados para combustíveis. Bolsonaro afirmou ainda que espera para a próxima semana um avanço no projeto que prevê que a União compense os estados por mais renúncias fiscais.

— Eu espero que a Petrobras não queira aumentar a gasolina e o diesel nesses dias em que estamos negociando, acertando com o Parlamento, nessas negociações. Eu só posso entender que seria um interesse político para atingir o governo federal — afirmou.

Nesta quinta-feira (16), a Petrobras alertou o governo sobre a possibilidade de desabastecimento de diesel caso o preço não seja reajustado. Integrantes do governo, porém, não acreditam nessa hipótese e criticam internamente a Petrobras por usar esse argumento para aumentar os valores.

 

Bolsonaro voltou a colocar na empresa a culpa pelo preço elevado dos combustíveis. Segundo ele, "quanto mais o povo está sofrendo aqui, mais felizes estão os diretores e o atual presidente da Petrobras", em referência a José Mauro Ferreira Coelho.

— A Petrobras na minha concepção ela foi do Brasil. Atualmente são dos seus funcionários e dos minoritários, em especial os fundos de pensão de fora do Brasil — afirmou.

O governo já decidiu trocar a presidência da empresa e o seu Conselho, na tentativa de mudar a regra de preços da estatal, mas o Conselho vem adiando uma reunião para confirmar a mudança. Segundo Bolsonaro, caso os projetos do governo entrem em vigor, deverá ocorrer uma redução de R$ 2 no preço da gasolina e de R$ 1 na cobrança pelo litro do diesel.

A mudança na presidência, de acordo com Bolsonaro, permitiria que a nova diretoria adote uma nova política de preços. O presidente afirmou que não existe o pareamento do preço com o mercado internacional não exige reajustes imediatos.

— A gente espera que o Conselho se reúna, porque o Conselho não quer se reunir, para decidir a troca do presidente — afirmou Bolsonaro.