Guerra na Ucrânia

Putin afirma que não tem 'nada contra' uma adesão da Ucrânia à UE

"Ao contrário da Otan, a UE não é uma aliança militar", afirmou o presidente russo

Nesta foto de arquivo tirada em 30 de março de 2022, o presidente russo Vladimir Putin se reúne com o chefe regional da Inguchétia no Kremlin em Moscou - Mikhail Klimentyev / SPUTNIK / AFP

A Rússia não tem "nada contra" uma eventual adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), garantiu nesta sexta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, depois que a Comissão Europeia recomendou a concessão do status de candidato à Ucrânia, em plena ofensiva militar russa. 

"Não temos nada contra, aderir a uniões econômicas é uma decisão soberana (...). É um assunto seu, um assunto do povo ucraniano", disse Putin na sessão plenária do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. 

"Ao contrário da Otan, a UE não é uma aliança militar", continuou ele, referindo-se ao pacto de defesa transatlântico liderado pelos Estados Unidos, ao qual Kiev esperava aderir. 

"No que diz respeito à integração econômica, a escolha é deles", insistiu Putin, que em 24 de fevereiro ordenou a intervenção militar na Ucrânia, citando a necessidade de defender a minoria de língua russa no leste dos "neonazistas" como define o governo de Kiev.

No entanto, Putin também afirmou que, se a Ucrânia for admitida na UE, "se tornará uma semicolônia" dos países ocidentais. "Esta é a minha opinião", disse.

Horas antes, a diplomacia russa acusou a UE de manipular a Ucrânia com a perspectiva de adesão. 

"Os países ocidentais manipulam há anos essa ideia de algum tipo de participação ucraniana em suas estruturas de integração e, desde então, a Ucrânia foi de mal a pior", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.