Pacheco fala em 'dividir lucros' da Petrobras após reajuste de combustíveis
Na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira (PP-AL) convocou uma reunião de líderes na próxima segunda-feira para tratar de combustíveis
Em reação ao reajuste dos combustíveis divulgado nesta sexta-feira pela Petrobras, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que o governo deveria aceitar "dividir os enormes lucros" da estatal.
Pacheco é favorável à Conta de Estabilização de Preços, proposta já aprovada pelo Senado que permite que o governo use os dividendos da Petrobras para mitigar os efeitos da alta nos combustíveis, gerando um auxílio para famílias de baixa renda. Ele cobra a Câmara dos Deputados para aprovar também o projeto de lei.
"Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o Governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise", disse Pacheco. "Afinal, é inexistente a dicotomia Petrobras e governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo Governo. Além disso, medidas semelhantes estão sendo adotadas por outros países em favor de sua economia e de sua população."
"O Senado aprovou inúmeras matérias legislativas que estavam ao seu alcance e agora espera medidas rápidas e efetivas por parte da Petrobras e de sua controladora, a União. Já que o governo é contra discutir a política de preços da empresa e interferir na sua governança, a conta de estabilização é uma alternativa a ser considerada", afirmou o presidente do Senado em nota.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Arthur Lira (PP-AL) convocou uma reunião de líderes na próxima segunda-feira para tratar de combustíveis. Em declarações desta sexta, ele defendeu aumentar a taxação da estatal e pediu a renúncia do presidente da Petrobras.
Um das propostas discutidas na Câmara para frear o preço dos combustíveis seria aumentar a tributação dos dividendos da Petrobras. A arrecadação obtida com a medida seria usada para subsidiar de alguma forma o preço dos combustíveis, segundo os defensores dessa medida.