Tribunal dos EUA aprova plano de restruturação da Latam para sair da recuperação judicial
Aérea planeja sair do processo de falência, iniciado há dois anos na Justiça americana, no segundo semestre deste ano
A companhia aérea chileno-brasileira Latam teve seu plano de reestruturação para sair definitivamente da recuperação judicial aprovado pela Justiça americana.
"Estamos muito satisfeitos com a confirmação do nosso plano de reestruturação pelo juiz. Este é um passo muito importante no processo para sair do Capítulo 11 (da lei de recuperação judicial americana) e continuaremos trabalhando duro para concluir as etapas restantes nos próximos meses", disse CEO da companhia aérea, Roberto Alvo, em nota.
"Isso inclui os US$ 5,4 bilhões de financiamento apoiados pelos principais acionistas (Delta Air Lines, Qatar Airways e Grupo Cueto) e os principais credores da Latam", explicou a empresa no comunicado.
Dessa forma, a Latam planeja sair do processo de falência nos Estados Unidos no segundo semestre de 2022.
O financiamento do capital necessário para cumprir o plano de reorganização advém de aumento de capital, emissão de títulos conversíveis e novas dívidas, detalhou a aérea.
Na última segunda-feira (13), a companhia aérea anunciou a assinatura de uma série de cartas de compromisso de financiamento que assegurariam o montante necessário para a sua saída da recuperação judicial nos Estados Unidos. A Latam informou que faria uma nova emissão de dívida de US$ 2,25 bilhões e teria uma linha de crédito de US$ 500 milhões.
A Latam tem subsidiárias em Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos.
Entenda o caso
Em maio de 2020, meses após as restrições sanitárias mundiais devido à expansão da pandemia de coronavírus, a companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA após suspender quase completamente suas atividades.
Em novembro de 2021, a Latam destinou mais de US$ 8 bilhões para lidar com as dívidas declaradas beneficiadas pelo Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA (que corresponde a lei de recuperação fiscal brasileira), que permite que uma empresa que não esteja em condições de pagar suas dívidas se reestruture sem pressão dos credores .
A empresa — criada em 2012, após a fusão da chilena LAN e da brasileira TAM — operava 1.400 voos diários para 145 destinos em 26 países antes da pandemia. Em maio de 2020, sua operação foi reduzida em mais de 95%.
Em seguida, a companhia aérea demitiu cerca de 12.600 trabalhadores, mantendo cerca de 30.000 e em junho de 2020 anunciou o fechamento de sua subsidiária na Argentina após 15 anos de operações.
Em março de 2022, durante a apresentação dos resultados anuais de 2021, a LATAM anunciou que suas operações “atingiram 63,5% dos níveis de 2019 durante o (quarto) trimestre” do ano passado.
A companhia também anunciou uma queda de receita de 51% em 2021 em relação a 2019, o último ano antes da pandemia atingir o setor de aviação. A receita total da empresa no ano passado atingiu US$ 5 bilhões.