Primeiro-ministro australiano espera avanços "diplomáticos" no caso Assange
O governo dos Estados Unidos deseja julgar Assange por espionagem, um processo que pode condenar o australiano a até 175 anos de prisão
O primeiro-ministro da Austrália afirmou nesta segunda-feira que atuará pela via "diplomática" diante das acusações contra o australiano Julian Assange nos Estados Unidos e confirmou declarações anteriores em que questionou o objetivo da ação legal.
No momento em que aumenta a pressão interna por uma intervenção no caso do fundador do WikiLeaks, o primeiro-ministro Anthony Albanese disse que mantém os comentários que fez sobre o tema no ano passado, quando estava na oposição.
"Não entendo a que objetivos se deve a atual ação judicial contra Assange", disse Albanese na época.
Agora primeiro-ministro, ele declarou que tem a intenção de "liderar um governo que se compromete de forma apropriada e diplomática com nossos aliados" para tratar o caso
A mulher de Assange, Stella Assange, afirmou nesta segunda-feira à rádio ABC que está a par de que o governo Albanese está abordando o caso do fundador do Wikileaks com a administração do presidente americano Joe Biden e chamou a notícia de "extraordinariamente bem-vinda".
O governo britânico assinou na sexta-feira passada o decreto de extradição de Assange para os Estados Unidos, onde a justiça pretende julgá-lo por um grande vazamento de documentos confidenciais.
O governo dos Estados Unidos deseja julgar Assange por espionagem, um processo que pode condenar o australiano a até 175 anos de prisão se ele for declarado culpado pela publicação, a partir de 2010 no WikiLeaks, de quase 700 mil documentos militares e diplomáticos secretos americanos, em particular sobre o Iraque e o Afeganistão.