Brasil

Deputado líder dos caminhoneiros critica vale para categoria e chama medida do governo de "esmola"

Caminheiro chega a gastar até R$ 10 mil para abastecer com diesel entre São Paulo e Alagoas

Nereu Crispim (PSL-RS) - Michel Jesus / Câmara dos Deputados

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), criticou o pagamento de um vale de R$ 400 para os caminhoneiros até o fim deste ano. A ideia é defendida por parlamentares com apoio do governo para minimizar os efeitos da alta do diesel para esses profissionais.

"Isso não vai passar", disse o deputado.

Ele lembrou que o Congresso votou a lei da liberdade econômica e agora quer beneficiar apenas um segmento da sociedade: "Querem botar brete (lugar fechado para conter o gado para ser vacinado) assistencialista eleitoreiro Tabajara".

O deputado destacou que um caminhoneiro gasta entre R$ 8 mil e R$ 10 mil com diesel para rodar de São Paulo (SP) a Alagoas (AL) e classificou o vale de esmola.

"Essa gente propõe uma esmola que não paga a metade de uma recapagem de pneu! Nos respeitem! Isso é um deboche!"

Para o parlamentar, a solução é criar um fundo de estabilização de preços para contornar a alta no preço do combustível.

Segundo o parlamentar, esse fundo poderia ser abastecido por recursos que a União deixa de arrecadar com isenção fiscal. Ele citou o projeto 1724, protocolado nessa terça-feira, após deliberação com as lideranças dos caminhoneiros.

A proposta sugere ainda a divisão em percentuais de 50% do valor para a saúde 30% para um fundo de estabilização dos combustíveis e 20% para um fundo de renovação de frota.