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Polícia londrina é criticada por revistas corporais em menores de idade

Nesta sexta, a própria polícia da capital britânica apresentou sete novos relatórios ao Escritório Independente sobre Conduta Policial

Polícia londrina, a Scotland Yard - Daniel Leal/AFP

Em um novo escândalo para Scotland Yard, que enfrenta uma crescente crise de confiança, a polícia de Londres recebeu críticas, nesta sexta-feira (24), pela maneira que realiza revistas corporais em menores de 18 anos.

Nesta sexta, a própria polícia da capital britânica apresentou sete novos relatórios ao Escritório Independente sobre Conduta Policial (IOPC), organismo de controle policial britânico, aumentando o número de casos contenciosos examinados para dez. 

"É chocante e profundamente preocupante que tantos casos (...) tenham sido relatados ao IOPC", examinou um porta-voz do prefeito de Londres, Sadiq Khan, que tem autoridade sobre a polícia da cidade. 

Ele se mostrou "extremamente preocupado" e pediu que todas as revistas corporais feitas em menores de idade sejam revisadas, "para garantir que todas as lições sejam aprendidas" com este escândalo.

O tema invadiu a opinião pública após a revista de uma adolescente negra de 15 anos na enfermaria de seu colégio, em 2020.

A revista foi realizada por duas mulheres policiais, sem a presença de um terceiro adulto e enquanto a menor estava menstruada. As policiais suspeitavam erroneamente que a adolescente escondia cannabis e a deixaram profundamente traumatizada com a revista, o que gerou vários protestos em Hackney, um popular bairro londrino.

O relatório dos serviços de proteção à menores concluiu em março que a revista corporal "nunca" deveria ter acontecido e que "o racismo (intencional ou não) provavelmente foi um fator na decisão" da ação.

Em um comunicado divulgado na sexta-feira, a polícia londrina assegurou ter "feito mudanças" na forma de agir, para que os agentes levem em consideração "primeiro a criança".

A Scotland Yard afirmou também ter começado a revisar várias queixas sobre revistas que expuseram partes íntimas dos indivíduos, realizadas fora das instalações policiais nos últimos três anos.

A antiga e respeitada polícia londrina se encontrou abalada nos últimos meses por uma série de escândalos com grande repercussão, provocando uma crise de confiança e a demissão de sua chefe, Cressida Dick, ainda não substituída.