Relações internacionais

Espanha destinará mais 9 bilhões de euros para frear impacto econômico da guerra na Ucrânia

O governo espanhol destacou que as medidas adotadas "para proteger as famílias, para proteger a classe média trabalhadora" representam "um esforço extraordinário"

Pedro Sánchez, presidente do governo espanhol - PETRAS MALUKAS / AFP

O governo espanhol anunciou neste sábado (25) um novo plano de ajuda direta, de 9 bilhões de euros, para amenizar as consequências econômicas do conflito na Ucrânia sobre a população espanhola. 

O presidente do Governo, Pedro Sánchez, especificou em coletiva de imprensa que, somado a um primeiro pacote de medidas de 6 bilhões de euros aprovado em março, estas ajudas diretas representariam, até ao final do ano, cerca de 15 bilhões de euros , "mais de um ponto do Produto Interno Bruto (PIB)". 

O Executivo de esquerda prorrogou por seis meses, até 31 de dezembro, as medidas adotadas no final de março por três meses, cuja aplicação terminava em 30 de junho. Estas incluem uma redução de 20 cêntimos de euro por litro no preço do combustível.

Além disso, o governo também aprovou "uma ajuda direta de 200 euros" para trabalhadores independentes e desempregados e decidiu baixar novamente o IVA sobre a eletricidade - pela segunda vez em menos de um ano - de 10% para 5%, medida que Sánchez havia anunciado na quarta-feira antes do Congresso dos Deputados. O Executivo decidiu ainda aumentar em 15% as pensões por aposentadoria e invalidez.

"Esforço extraordinário" 

Sánchez destacou que as medidas adotadas "para proteger as famílias, para proteger a classe média trabalhadora" representam "um esforço extraordinário, do ponto de vista orçamentário, por parte do governo". 

A inflação em Espanha atingiu 8,7% em maio, mais 0,4 pontos do que em abril, segundo estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este aumento ocorreu após um ligeiro decréscimo (8,3%) registado em abril, após o pico homólogo da inflação atingido em março, de 9,8%, o nível máximo na Espanha em 37 anos. 

“Hoje, a inflação na Europa é extraordinariamente alta e, consequentemente, também é na Espanha”, disse Sánchez, enfatizando que “há 17 países na União Europeia, com uma taxa de inflação mais alta” do que a da Espanha. 

A explosão da inflação, agravada pelas consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia, teve uma grande influência -segundo especialistas- no recente declínio da popularidade do Executivo de Sánchez. 

Seu partido, o Partido Socialista, registrou uma forte derrota nas eleições regionais do último domingo na Andaluzia (sul), vencidas pelos conservadores do Partido Popular, revalidando-se no poder. 

"Com as medidas que aprovamos há 3 meses e com as medidas que aprovamos hoje neste Conselho de Ministros, o Governo estima que vamos conter a alta dos preços em 3,5 pontos", declarou o presidente. 

Além disso, o chefe do governo indicou que, para "incentivar o uso dos transportes públicos", o governo aprovou "uma redução de 50% [...] no preço de todas as mensalidades e de qualquer passagem de transporte terrestre fornecido pelo Estado ou entidades estatais. Anunciou também uma redução de 30% nas passagens de transporte dependentes das comunidades autônomas e entidades locais.