Representantes LGBTQIA+ de Varsóvia e Kiev desfilam juntos na capital da Polônia
A marcha do orgulho contrasta com o contexto político e jurídico na Polônia, considerado o país mais fechado às minorias sexuais da União Europeia
Representantes da comunidade LGBTQIA+ ucraniana se juntaram a várias dezenas de milhares de participantes na Parada do Orgulho de Varsóvia neste sábado (25), em um desfile conjunto marcando sua solidariedade mútua e oposição à invasão russa da Ucrânia.
A marcha começou com um minuto de silêncio dedicado às vítimas do tiroteio de sexta-feira à noite perto de um bar gay no centro de Oslo, que levou ao cancelamento de um evento LGBTQIA+ agendado para este sábado.
"O amor prevalecerá. A justiça, nossa luta por direitos iguais para todos e nosso apoio à comunidade LGBTQIA+ é e permanecerá inequívoco", disse o embaixador norueguês em Varsóvia, Anders Eide, no início do desfile.
Uma onda de bandeiras do arco-íris das comunidades LGBTQIA+ inundou as grandes avenidas do centro da capital polonesa, salpicada este ano com as cores azul e amarelo da Ucrânia.
"Queremos lembrar a todos que, para que os direitos LGBTQIA+ ucranianos sobrevivam, a guerra deve acabar", disse Lenny Emson, chefe da Parada do Orgulho de Kiev, que não pode ocorrer devido a preocupações de segurança.
As imagens da marcha em Varsóvia, organizada sob o patrocínio do prefeito liberal Rafal Trzaskowski, e na presença da Comissária Europeia para a Igualdade, Helena Dalli, contrastam com o contexto político e jurídico na Polônia que, segundo um relatório recente da ONG internacional ILGA Europe – que reúne mais de 600 associações LGBTQIA+ de 54 países da Europa e Ásia – é considerada o país mais fechado às minorias sexuais da União Europeia.
Em 2020, a ILGA Europa classificou a Polônia na 44ª colocação no ranking dos 49 países que mais respeitam os direitos LGBT+. A Ucrânia ficou na 39ª posição.
Na capital Kiev, dezenas de membros da comunidade LGBTQIA+ se reuniram em uma boate no centro da cidade.