Petrobras

Anapetro e FUP denunciam à CVM aprovação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras

Entidades ainda pretendem entrar com ação judicial contra a decisão

Caio Paes de Andrade, aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras, para presidir a empresa - Divulgação

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro) protocolaram nesta segunda-feira (27) uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a aprovação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras.

A FUP e Anapetro ainda vão entrar com ações judiciais contra a decisão do conselho de administração para questionar a não convocação de assembleia geral extraordinária na estatal para tratar do assunto. A expectativa é que a aprovação seja anulada.

”Um ato administrativo que aprove um ato ilegal não torna ele legal. A CVM tem que averiguar isso”, afirma o advogado Ângelo Remédio, da Advocacia Garcez, que representa os petroleiros no caso.

Durante a manhã, a categoria promoveu um ato na porta do Edifício Senado, atual prédio da empresa no centro do Rio, contra a indicação de Andrade, a privatização da empesa e a política de preço de paridade de importação (PPI), modelo atual que reajusta preços dos combustíveis com base na cotação internacional do petróleo, variação cambial e custo de importação.

Para o coordenador-geral da Federação Única dos petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, o mais recente indicado ao cargo de CEO da Petrobras não atende aos requisitos mínimos para a função.

"A aprovação de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras é mais um puxadinho eleitoreiro de Bolsonaro. A decisão do conselho de administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil, o que fere a Lei das Estatais”, opinou.

Segundo dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/seção FUP), entre janeiro de 2019 e junho de 2022, o diesel nas refinarias subiu 203%; a gasolina, 169,1%; e o GLP, 119,1%.