Economia

Novo índice mostra que mal-estar com desemprego e pobreza é o maior no Brasil em 10 anos

Indicador da UFRJ considera outros dados, como subemprego, inflação, desigualdade e inadimplência. Situação dos brasileiros pirou 60% em relação a 2020

Carteira de trabalho - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mal-estar provocado pelo empobrecimento é o mais alto no Brasil em pelo menos dez anos. Índice inédito criado pelo Instituto de Economia da UFRJ, reunindo indicadores que vão além do desemprego e da inflação, mostra o pior resultado desde 2012.

Numa escala de zero a 1 em que, quanto mais alto, pior a situação, o índice está hoje em 0,947, subindo quase 60% em relação a 2020, quando era de 0,591.

O índice agrega dados sobre subemprego, renda domiciliar per capita dos 20% mais pobres do país, a desigualdade entre esse grupo e os 20% mais ricos e a inadimplência, que limita o acesso ao crédito para o consumo. O estudo traz um termômetro mais preciso dos efeitos das dificuldades na vida dos brasileiros mais pobres às vésperas das eleições.

Os dados são os piores pelo menos em dez anos, já que não há informações disponíveis para antes de 2012 em alguns critérios, como desemprego, na mesma base de comparação com a usada hoje.

"A situação piorou muito do ponto de vista de bem-estar. Renda e desigualdade estão no pior momento, e outros indicadores só perdem para 2020, no auge da doença (a pandemia do coronavírus)", diz o professor emérito do Instituto de Economia da UFRJ, João Saboia, que coordenou o estudo.

O mal-estar generalizado com a situação econômica pode piorar em 2023, alertam especialistas. Entenda os motivos em reportagem completa, exclusiva para assinantes do Globo.