Fábrica da Jeep em Goiana vai aumentar número de fornecedores
O crescimento vai proporcionar o desenvolvimento de veículo híbrido a etanol e reduzir custos logísticos
Em um plano estratégico para enriquecer e ampliar as linhas de produção automotiva da fábrica da Jeep em Goiana, Zona da Mata de Pernambuco, a Stellantis vai trazer mais fornecedores para Pernambuco. Detentora das marcas Jeep, Fiat, Citroën, Ram e Peugeot, a Stellantis pretende expandir de 30 para 50 o número de fornecedores para a planta pernambucana até 2025.
Esse crescimento irá fortalecer o planejamento da companhia de desenvolver veículos híbridos a etanol, além de gerar menos custos. Esse conjunto de programas faz parte do ciclo de investimentos de R$ 16 milhões que a Stellantis vai fazer no Brasil até 2025.
A companhia pretende saturar a capacidade instalada das suas fábricas. E vai fazer isso trazendo mais produtos para Pernambuco. A companhia também planeja ampliar para Porto Real (RJ), onde tem a planta que produz Citroën e Peugeot, e para Betim (MG), onde tem a planta da Fiat.
“Trazer mais produtos significa enriquecer e ampliar nossas linhas dentro das nossas fábricas e, para fazer isso, temos que trazer mais fornecedores. O que significa que minha densidade de ofertas de componentes lá [em Pernambuco] aumenta, o que significa que tenho que pagar menos transporte logístico para trazer componentes, sobretudo os que vêm da Ásia, da Europa, ou do México”, explicou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul, em entrevista coletiva de imprensa.
Desenvolvimento de híbrido a etanol
Os novos fornecedores também irão integrar o planejamento de novos carros da companhia, como o desenvolvimento de veículo híbrido a etanol. Até 2025, a Stellantis irá lançar sete modelos, entre híbridos e elétricos, mais outros 16 modelos, além de 28 reestilizações de veículos.
“Olhamos para o mundo e quando as crises terminarem e a demanda se restabelecer o mercado vai voltar a comprar 90 milhões de carros por ano, no mundo todo. Com uma escala tão grande assim, a carteira de ofertas de propulsores nunca será única, e o Brasil tem etanol. Então o Brasil terá uma forte densidade de ofertas de propulsores que combinam etanol com eletrificação. Nós achamos que isso vai acontecer, temos certeza, e vamos apostar muito no desenvolvimento local dessas tecnologias, como já estamos fazendo”, afirmou Filosa.
No momento, a Stellantis está trabalhando com a sua engenharia e com a engenharia dos seus fornecedores para desenvolver soluções da eletrificação a etanol e, depois das soluções, passar para os equipamentos, linha de produção e, por fim, chegar à produção verdadeira.
Descentralizar está no plano
No planejamento da Stellantis, há também a pretensão de descentralizar a indústria no Brasil. “Temos que levar a indústria, montadoras mais fornecedores, para estados longe do Sul-Sudeste, precisamos atrair investimentos também para outras regiões, isso porque vai desenvolver maior distribuição de renda em todos os territórios, e isso vai atrair demanda”, registrou Filosa.