Diplomacia

Biden faz primeira viagem ao Oriente Médio como presidente

Irã e Israel eram aliados quando Biden visitou a região pela primeira vez, em 1973 quando era senador, mas agora o Estado hebreu considera Teerã sua principal ameaça

Joe Biden - Nathan Howard / Getty Images North America / Getty Images via AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desembarcará nesta quarta-feira (13) em Israel, primeira etapa de uma viagem ao Oriente Médio, onde precisará demonstrar suas habilidades diplomáticas no conflito israelense-palestino, nas tensões com o Irã e nas negociações por petróleo com a Arábia Saudita.

O avião presidencial americano Air Force One devem pousar às 15h30 locais (9h30 de Brasília) no aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, onde Biden será recebido pelo presidente israelense Isaac Herzog e pelo primeiro-ministro Yair Lapid

Depois de Israel, o presidente americano de 79 anos visitará a Arábia Saudita na sexta-feira. O avião presidencial fará um voo direto sem precedentes entre o Estado hebreu e o conservador reino do Golfo, que não reconhece Israel.

O avião presidencial fará um voo direto sem precedentes entre o Estado hebreu e o conservador reino do Golfo, que não reconhece Israel.

Antes, Biden se reunirá com autoridades israelenses para tentar reforçar a cooperação contra o Irã. Também terá um encontro com líderes palestinos, frustrados porque consideram que Washington não impede a agressão israelense.

Irã e Israel eram aliados quando Biden visitou a região pela primeira vez, em 1973 quando era senador, mas agora o Estado hebreu considera Teerã sua principal ameaça.

O primeiro-ministro israelense Yair Lapid, que assumiu o poder há duas semanas, afirmou que as conversas com Biden abordarão "primordialmente o tema Irã".

Os militares israelenses mostrarão a Biden seu novo sistema Iron Beam, um laser antidrone que é considerado crucial para contra-atacar os drones do Irã.

Israel insiste que fará o que for necessário para conter as ambições nucleares do Irã e é contrário ao retorno do acordo nuclear de 2015, que aliviou as sanções contra Teerã.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, respondeu que a viagem de Biden não levará segurança a Israel. "Se as visitas de funcionários do governo americano a países da região devem fortalecer a posição do regime sionista e normalizar suas relações com alguns países, seus esforços não trarão segurança" a Israel, afirmou em um comunicado.

Bandeiras dos Estados Unidos foram espalhadas para celebrar a primeira visita de um presidente do país desde a viagem do republicano Donald Trump em 2017.

Desde que chegou ao poder, Biden não reverteu a polêmica decisão de seu antecessor, de reconhecer esta cidade como a capital de Israel.

Os palestinos consideram Jerusalém Oriental, anexada por Israel, sua capital e, antes da visita, acusaram Biden de não cumprir a promessa de tornar o governo dos Estados Unidos novamente um mediador imparcial no conflito.

Biden se reunirá na sexta-feira com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, na cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada, mas nenhum grande anúncio é esperado para a retomada do processo de paz.

A viagem de Biden à Arábia Saudita é considerada parte do esforço para estabilizar os mercados de petróleo, afetados pela guerra na Ucrânia, com a aproximação de um país que por décadas foi aliado estratégico dos Estados Unidos e grande fornecedor de petróleo.

Biden chegou a a classificar a Arábia Saudita como Estado "pária" após o assassinato em 2018 do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, que morava nos Estados Unidos.