RIO DE JANEIRO

Mulher é informada que foi estuprada pelo anestesista durante o parto

Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante após integrantes da equipe de enfermagem gravarem o crime

Giovanni Quintella Bezerra sendo levado à delegacia - Reprodução/TV Globo

A mulher vítima de estupro do médico Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, no último domingo (10), no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, ficou abalada ao ser informada sobre o crime, na tarde desta quarta-feira (13).

A delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João, falou com a vítima, que já teve alta, acompanhada de psicólogos. As imagens do crime foram gravadas pela equipe de enfermagem e levaram à prisão em flagrante do anestesista.

A conversa da delegada foi por telefone, na tarde desta quarta-feira (13). Com a ajuda do marido da vítima, a policial contou que ela havia sido vítima do anestesista. No começo da noite desta quarta, na saída de distrital, a delegada falou que “a vítima está muito indignada, revoltada e chateada” com tudo o que aconteceu.

Barbara Lomba disse também que a mulher “está com medo, após a proporção que o fato tomou”. Entretanto, ouviu de Lomba que ela “estará amparada por todos os órgãos de proteções, inclusive a Deam de São João de Meriti”.

A mulher teria chorado muito após receber a informação. Ele foi amparada pelo marido, que deverá prestar depoimento nesta quinta-feira (14). Também deverão prestar depoimento as duas mulheres que deram à luz no domingo. Para Barbará Lomba, essas duas mulheres, ”ao que tudo indica, por conta dos depoimentos, também foram abusadas” pelo anestesista.

Segundo os investigadores, o marido dela, que é aguardado para prestar depoimento nesta quarta-feira, está muito abalado com o crime. Ele era esperado para ir à delegacia ontem, mas não compareceu.

Os investigadores deverão contar com a ajuda de psicólogos no momento que a mulher for informada do que aconteceu após o parto.

Primeira noite em Bangu 8
Após a justiça converter para preventiva a prisão do anestesista, a Seap o transferiu para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. O suspeito foi levado Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, pouco depois das 20h. A unidade é destinada a presos que têm nível superior.

Quando chegou ao local, pouco depois das 21h10, detentos do presídio começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto. Assim como em Benfica, por segurança ele ficará em uma cela isolada na galeria F.

A unidade abriga presos de casos conhecidos, como Jairinho, que aguarda julgamento pelo caso da morte do enteado, Henry Borel. Outro que também estão na unidade é o delegado Marcos Cipriano, preso na Operação Calígula, que mirou a exploração ilegal de jogos de azar pelo bicheiro Rogério de Andrade, e Maurício Demétrio, preso acusado de participar de uma organização criminosa que extorquia comerciantes em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Os presos da operação Lava Jato também já estiveram na unidade. Um deles foi o ex-governador Sérgio Cabral, que cumpriu parte da pena na cadeia, antes de ser transferido para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói.