Atletismo

Scotland Yard inicia investigação sobre acusações de Mo Farah de ser vítima de tráfico humano

Tetracampeão olímpico revelou, em um documentário da BBC, que foi levado ilegalmente a Londres, aos 9 anos, e forçado a trabalhar

Mo Farah ganhou quatro medalhas de ouro olímpicas defendendo o Reino Unido - AFP

A Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) iniciou uma investigação sobre as alegações do ex-atleta Mo Farah, de que ele foi traficado para o Reino Unido e forçado à servidão doméstica.

O tetracampeão olímpico revelou, em um documentário da BBC, que foi levado a Londres por um estranho, com um nome falso, depois de escapar da guerra na Somália, aos 9 anos de idade.

Os detetives da Scotland Yard devem interrogar o casal acusado de forçá-lo a cozinhar, limpar e cuidar de crianças, segundo informou o Daily Telegraph.

Mo Farah alegou que lhe disseram que nunca mais veria sua família se contasse a verdade a alguém. O documentário, "The Real Mo Farah", também revelou que seu nome real é Hussein Abdi Kahin.

“Estamos cientes dos relatos na mídia sobre Sir Mo Farah. Nenhum relatório foi feito no momento", declarou um porta-voz da polícia. “Oficiais especializados abriram uma investigação e estão atualmente avaliando as informações disponíveis”, completou.

Salvo por um professor

Quando chegou à Grã-Bretanha, Farah afirmou que vivia com um casal que o tratava mal. Seu professor de educação física na escola, Alan Watkinson, o resgatou e o ajudou a solicitar a cidadania britânica, usando seu nome falso.

“A maioria das pessoas me conhece como Mo Farah, mas não é meu nome ou não é a realidade”, disse ele. “A verdadeira história é que nasci na Somalilândia, ao norte da Somália, como Hussein Abdi Kahin. Apesar do que eu disse no passado, meus pais nunca moraram no Reino Unido”.

Mo Farah decidiu tornar pública a verdade sobre seu passado depois de ser encorajado por seus filhos.