Corte nos EUA ordena publicação de documentos sobre caso Roman Polanski
Diretor de cinema foi acusado em 1977 de ter drogado, embebedado e violentado Samantha Gailey, então com 13 anos.
Uma corte da Califórnia, nos Estados Unidos, ordenou tornar públicos os documentos do caso de estupro contra Roman Polanski que, de acordo com o cineasta foragido, provariam falhas em seu processo judicial.
Polanski foi acusado em 1977 de ter drogado, embebedado e violentado Samantha Gailey, que tinha 13 anos na época.
A promotoria de Los Angeles informou em um comunicado que serão publicadas as transcrições do ex-procurador-geral Roger Gunson, que ficou a cargo do caso originalmente.
Desconhece-se quando os documentos serão publicados, informou a Promotoria, que comemorou o anúncio, feito dois dias depois da retirada da objeção a este pedido.
"Estamos satisfeitos de que o tribunal de apelações esteja de acordo com a vítima e com nosso gabinete a respeito da necessidade de transparência", declarou em um comunicado o procurador-geral de Los Angeles, George Gascon.
O diretor franco-polonês foi detido em 1977 por esta acusação.
Para evitar que a então adolescente fosse exposta judicialmente, a promotoria retirou as acusações mais graves em um acordo segundo o qual Polanski se declarou culpado de ter mantido relações sexuais com uma menor.
Ele ficou preso por 42 dias, enquanto se submeteu a uma avaliação psiquiátrica.
Mas quando pareceu que o juiz, Laurence Rittenband, ia reconsiderar e proferir uma sentença de prisão muito mais longa, Polanski fugiu para a França, onde reside.
O famoso diretor nunca voltou aos Estados Unidos desde então.
Polanski pediu a revelação das transcrições "há vários anos" para investigar "uma suposta má conduta judicial", segundo a promotoria de Los Angeles.
No entanto, a revista The Hollywood Reporter afirma que esta nova solicitação não veio de Polanski, mas de dois jornalistas.
Gailey perdoou publicamente o diretor em 1997, e disse que o tratamento que ele recebeu da imprensa e do sistema judicial foi pior que o próprio crime.
Ela também pediu que as transcrições sejam tornadas públicas.
"A vítima foi notificada da decisão da corte e está muito agradecida de ver que concordaram com nossa posição, assim como do apoio do gabinete do procurador-geral", disse o promotor, segundo quem Polanski deve se submeter à justiça nos Estados Unidos.
O diretor de sucessos como "O bebê de Rosemary" nega as acusações, que prescreveram devido ao tempo transcorrido.
Polanski, de 88 anos, foi acusado por outras mulheres de tê-las agredido sexualmente.