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Papa vê viagem ao Canadá como "peregrinação penitencial"

Espera-se que o pontífice aproveite a visita entre os dias 24 e 30 de julho para reiterar as desculpas que apresentou a delegações canadenses que visitaram o Vaticano em abril

Papa Francisco no Angelus - Andreas Solaro/AFP

O papa Francisco disse, neste domingo (17), que sua visita ao Canadá, onde se reunirá com indígenas que sofreram abusos em internatos católicos, será "uma peregrinação penitencial".

"No próximo domingo, se Deus quiser, viajarei ao Canadá", disse o papa após a oração do Ângelus.

Espera-se que o pontífice aproveite a visita entre os dias 24 e 30 de julho para reiterar as desculpas que apresentou a delegações canadenses que visitaram o Vaticano em abril.

"Expressei minha dor e solidariedade pelo dano que sofreram", disse o papa argentino à multidão reunida na praça de São Pedro.

"E agora me disponho a realizar uma peregrinação penitencial que espero que, com a graça de Deus, contribua para o caminho de cura e reconciliação já empreendido", acrescentou o sucessor de Pedro.

O papa Francisco, de 85 anos, decidiu manter sua viagem apesar das dores que sente no joelho, que o obrigaram a cancelar outros compromissos.

Entre o final do século XIX e a década de 1980, cerca de 150.000 crianças indígenas, mestiças e inuítes foram recrutadas à força em 139 internatos no Canadá, onde foram separadas de suas famílias, língua e cultura.

Milhares morreram, principalmente de desnutrição, doenças e negligência, no que a Comissão da Verdade e Reconciliação definiu, em 2015, como um "genocídio cultural". Outras foram vítimas de abusos físicos e sexuais.

No último ano, foram encontradas mais de 1.300 sepulturas anônimas de crianças em lugares antigamente ocupados por internatos e as buscas continuam em todo o país.

O pontífice foi convidado pessoalmente pelos delegados inuítes a visitar sua região durante os encontros que manteve com eles em março e abril no Vaticano.