Suíça descarta atender ucranianos feridos em seus hospitais
O ministério destaca que receber combatentes ucranianos seria problemático para a neutralidade do país
Os ucranianos feridos não serão atendidos na Suíça, a pedido da Otan, para evitar contradizer o princípio de neutralidade do país da Europa Central, confirmou nesta segunda-feira (18) à AFP o Departamento Federal de Relações Exteriores (DFAE).
"A Suíça, por meio de sua ajuda e compromisso humanitário, a princípio oferece melhor qualidade e suporte mais eficaz no local do que se os pacientes fossem atendidos na Suíça", observou o DFAE.
O ministério destaca que receber combatentes ucranianos seria problemático para a neutralidade do país, principal característica de sua política externa há mais de dois séculos.
De acordo com o artigo 37 da Convenção de Genebra de 1949, os feridos e doentes retirados de uma zona de conflito devem estar "sob custódia do Estado neutro", para que "não possam mais participar de operações de guerra".
O pedido, que veio de um órgão da OTAN que coordena as evacuações médicas da Ucrânia, foi bem recebido pelos cantões antes que um aviso desfavorável do DFAE em meados de junho o interrompesse, segundo o jornal suíço 24 heures.
Após consulta a vários ministérios, "as medidas preparatórias já adotadas na Suíça foram suspensas", confirma o DFAE.
Berna favorece o apoio aos hospitais ucranianos, explica o ministério, mas admite a dificuldade de "distinguir pacientes civis e militares" entre os combatentes feridos.