Roma

Vaticano se compromete a realizar investimentos 'éticos' e 'sustentáveis'

Essa nova política, impulsionada pelo papa Francisco, entrará em vigor a partir do dia 1 de setembro

Cidade do Vaticano - Vincenzo Pinto/AFP

O Vaticano promoverá uma política de investimento "ética" e "sustentável", que prevê o fechamento de contas no exterior e a proibição de investir no setor de armas e defesa, disse em comunicado nesta terça-feira (19). Essa nova política, impulsionada pelo papa Francisco, entrará em vigor a partir do dia 1 de setembro.

Segundo o documento divulgado pela Secretaria de Economia da Santa Sé, serão proibidos os investimentos em setores de armamento e defesa, pornografia, jogos de azar ou com implicações no aborto e desenvolvimento de linhagens embrionárias.

O Vaticano também decidiu centralizar suas contas de ações ou investimentos em bancos estrangeiros, transferindo-as ao Banco do Vaticano. As contas serão supervisionadas pela Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA). O objetivo é promover maiores controles e limitar os investimentos de risco.

Recentemente, o Vaticano foi protagonista de um escândalo por fraude, sonegação, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorção com dezenas de pessoas julgadas, incluindo um cardeal. 

No centro deste caso está a compra de um caro edifício de luxo em Londres como parte dos investimentos da Santa Sé, cuja considerável carteira imobiliária inclui prestigiosas empresas na Europa e muitos edifícios em Roma.

Com a nova política, também querem promover a proteção do meio ambiente, favorecer as energias renováveis e a biodiversidade, assim como evitar especular com as indústrias de mineração, petróleo e nuclear.

O Vaticano pretende "garantir que os investimentos contribuam para um mundo mais justo e sustentável" e "estejam alinhados com os ensinamentos da Igreja Católica". 

Isso significa excluir setores que "contradizem seus princípios fundamentais, como a santidade e a dignidade da vida", especificou a Secretaria de Economia em comunicado. 

Em junho o Vaticano já havia anunciado a criação de um comitê para garantir a natureza ética de seus investimentos imobiliários.