Messi inicia 2ª temporada no PSG em busca de "ressurreição"
Dono de sete Bolas de Ouro, argentino não fez uma boa temporada de estreia na França
Depois de uma primeira temporada no Paris Saint-Germain longe de seu melhor nível, Lionel Messi espera voltar a ser decisivo e afastar a tese de que é um jogador em declínio com um duplo objetivo: realizar o sonho de ganhar a Copa do Mundo pela Argentina e dar time francês o título da Liga dos Campeões da Europa.
A excursão do PSG no Japão, que terá seu primeiro jogo na quarta-feira contra o Kawasaki Frontale, em Tóquio, deve mostrar aos torcedores o "verdadeiro" Messi, o do Barcelona, não o de sua primeira temporada em Paris.
Quando se inicia o segundo e último ano de seu contrato com o PSG (que tem opção de renovação por mais uma temporada), o argentino sabe que terá que correr contra o tempo para deixar sua marca no clube.
Até agora, os torcedores do time francês viram um Messi irreconhecível, considerando que é um dos melhores jogadores da história.
Expectativa x Realidade
Com 11 gols e 14 assistências em 34 jogos, entre todas as competições, o ganhador de sete Bolas de Ouro não mostrou regularidade e é grande o contraste entre a expectativa gerada por sua chegada triunfal em 2021 e seu rendimento em campo.
Aos 35 anos, estaria Messi acabado? O craque terá que responder a esta pergunta ao longo da nova temporada.
Ao contrário de Neymar, cujo estilo de vida parece não agradar os dirigentes, o argentino contou com a boa vontade da torcida por ter decidido sair do Barcelona, onde passou praticamente toda sua vida, para desembarcar em Paris.
Mas ele sabe que isso não vai durar para sempre. Para evitar que sua passagem pelo PSG seja um fiasco, Messi deve se reencontrar com seu melhor futebol.
O novo treinador do time, Christophe Galtier, também terá a missão de encaixar o astro argentino ao lado de Kylian Mbappé e Neymar. Uma tarefa que seu antecessor, o Mauricio Pochettino, não conseguiu.
Esquema tentador
Depois de 45 minutos disputados na última sexta-feira contra o Quevilly-Rouen (da segunda divisão francesa), no primeiro amistoso da temporada, vencido pelo PSG por 2x0, Messi poderá reencontrar seus companheiros de ataque contra o Kawasaki Frontale.
Mantendo o desenho tático treinado por Galtier na segunda-feira, o argentino poderia jogar na armação para apoiar a dupla Mbappé-Neymar.
Um esquema tentador, mas que sempre deixa dúvidas sobre o equilíbrio defensivo do time, ainda mais na Liga dos Campeões, que continua sendo o principal objetivo dos donos do clube, que ainda lida com as sequelas da eliminação para o Real Madrid nas oitavas de final na última temporada.
Galtier, por sua vez, não duvida da "ressurreição" de Messi.
"É uma nova vida aqui para ele, uma nova vida familiar, uma nova vida de jogador. É preciso ter muito respeito por alguém que diz, aos seus 34 anos: 'Quero viver outra coisa'. Nem todo mundo é capaz de fazer isso. Evidentemente, existe um tempo de adaptação. O que pude ver em dez dias é um jogador totalmente comprometido. De resto, o planeta inteiro sabe o que ele é capaz de fazer", declarou o treinador em uma entrevista publicada no sábado pelo L'Équipe.
As atuações de Messi com a Argentina contradizem em todo caso a tese de que ele é um jogador em declínio.
Um ano depois da conquista da Copa América, seu primeiro título pela seleção 'albiceleste', Messi fez um jogo brilhante na 'Finalíssima' contra a Itália, campeã da Eurocopa, dando duas assistências na vitória argentina por 3x0.
Quatro dias depois, marcou cinco gols na goleada por 5x0 em amistoso contra a Estônia.
Sua motivação é grande para a Copa do Mundo, provavelmente a última de sua carreira. Algo que é bom também para o PSG, que poderá contar com um Messi focado na melhor preparação possível para buscar o único título que ainda não tem na sua imensa galeria de troféus.