Política

Associação de servidores da Abin divulga comunicado defendendo segurança das urnas eletrônicas

Entidade destaca o trabalho dos servidores de inteligência no desenvolvimento e atualização dos sistemas utilizados nas eleições brasileiras

Fachada da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, em Brasília - Reprodução / Abin

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou nota nesta quarta-feira defendendo a lisura do processo eleitoral brasileiro e a segurança das urnas eletrônicas. O comunicado é uma reação às declarações do presidente Jair Bolsonaro aos embaixadores pondo em prova as eleições sem apresentar provas de fraudes.

Entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e associações da Polícia Federal também saíram em defesa da Justiça Eleitoral e do sistema de votação do país.

No comunicado, o órgão que representa os servidores da Abin destaca o trabalho realizado pela área de inteligência do Governo Federal no desenvolvimento e atualização dos sistemas utilizados nas eleições brasileiras.
 

"Ao longo de toda a história da utilização da urna eletrônica, os profissionais de inteligência de Estado têm prestado apoio técnico especializado à Justiça Eleitoral no fornecimento e implementação de sistemas e dispositivos criptográficos, que contribuem para a autenticidade, confidenciabilidade e inviolabilidade dos programas e dados das urnas utilizadas no país. A criptografia de Estado e os sistemas de assinatura digital desenvolvidos e aperfeiçoados por nossos servidores fazem parte do ecossistema completo de barreiras que tem resistido com sucesso às diversas tentativas de ataque executadas durante testes públicos de segurança da plataforma, como reconhece publicamente o Tribunal Superior Eleitoral", diz o texto.

A manifestação reforça também o compromisso da Abin com a democracia e com os "direitos e garantias dos cidadãos":

"Como servidores públicos de um órgão de Estado essencial à proteção e à projeção dos interesses estratégicos da Nação, reforçamos nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito, a Constituição da República e o respeito irrestrito e inegociável aos direitos e garantias dos cidadãos".

Na segunda-feira, Bolsonaro, que já criticou diversas vezes as urnas eletrônicas , voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, além de criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em nota assinada pelo presidente da OAB, Beto Simonetti, a entidade reiterou sua confiança no sistema eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral e no modelo eletrônico de votação adotado em no país, reconhecido internacionalmente como eficiente e confiável.

Em nota, a AMB citou a "completa lisura do sistema eleitoral brasileiro", enquanto a Ajufe disse confiar na "absoluta lisura do certame eleitoral que se avizinha".

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) também divulgou nota defendendo o sistema de votação e apuração das eleições. "A disputa eleitoral não pode servir de instrumento para a descredibilizarão de nossas instituições e, menos ainda, para disseminar informações inverídicas, que apenas tentem confundir o eleitorado", diz a nota.

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD), e presidenciáveis também condenaram as declarações de Bolsonaro a embaixadores.