BRASIL

Apesar de alta nos preços, venda de gasolina é a maior em quatro anos, diz Petrobras

Segundo a estatal, houve um ganho de participação do combustível sobre o etanol hidratado em veículos flex

Posto de combustível - Marcello Casal jr/Agência Brasil

Apesar do aumento dos preços nos postos, a venda de gasolina no Brasil no primeiro semestre deste ano teve alta de 6,5%, de acordo com dados da Petrobras. O resultado foi o maior para os primeiros seis meses do ano desde 2019.

Segundo a estatal, houve um ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado em veículos flex e do aumento da circulação de pessoas com o enfraquecimento da pandemia da Covid-19.

Quando se compara as vendas de gasolina no segundo trimestre ante o primeiro trimestre deste ano, houve queda de 6,6% em razão do início da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul e consequente aumento da oferta de etanol e perda de participação de mercado da gasolina no abastecimento dos veículos flex.

A Petrobras destacou ainda que as vendas de diesel recuaram 5,3% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. O principal fator foi a venda da refinaria da Bahia para o grupo árabe Mubadala, o aumento das entregas por importadores e outros produtores nacionais e um menor consumo de diesel para geração termelétrica.

Além disso, as vendas de diesel cresceram 4,7% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses deste ano devido à sazonalidade de consumo, "em função da redução da atividade econômica típica do início do ano e do início da colheita agrícola da segunda safra de milho a partir de junho".

Assim, as vendas de derivados no mercado interno tiveram queda de 0,4% no semeste. No segundo trimestre, houve recuo de 2,4% quando se compara com o mesmo período de 2021 e alta de 1% ante os primeiros três meses do ano.

Produção cai por conta de paradas programadas
A produção de petróleo comercial total da Petrobras no primeiro semestre deste ano somou uma média de 2,396 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). É uma queda de 2,9% em relação ao mesmo período de 2021.

Quando se observa a média do segundo trimestre deste ano, de 2,334 milhões de boed, houve queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao primeiro trimestre de 2022, a produção caiu 5,2%.

A companhia destacou maior número de paradas programadas como nas plataformas P-70 (Atapu), FPSO Cidade de Anchieta (Jubarte), FPSO Cidade de Maricá (Tupi), P-76 e P-74 (Búzios), P-51 (Marlim Sul), P-61 (Papa-terra), P-25 e P-31 (Albacora).

A estatal destacou ainda o início da vigência do contrato de partilha de produção dos Volumes do excedente da cessão onerosa de Atapu e Sépia.

Isso afetou também a produção do pré-sal, que teve queda de 4,3% na comparação do segundo trimestre ante os primeiros três meses e recuo de 0,7% em relação ao segundo trimestre de 2021. No semestre, houve alta de 3,2%. O pré-sal representa 73% da produção total da Petrobras.

Em comunicado, a empresa lembrou essa redução já estava prevista e não vai impactar na previsão de produção para esse ano, de 2,6 milhões de boed, com variação de 4% para mais ou para menos.