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Flamengo rejuvenesce, Botafogo envelhece: veja o ranking de torcidas por idade

Pesquisa O GLOBO/Ipec mostra quais clubes tem futuro garantido e quais devem se preocupar com a manutenção da base de torcedores, pelo menos

Torcida do Flamengo - Daniel Ramalho/AFP

A permanência do Flamengo como maior torcida do Brasil está garantida por gerações, foi o que revelou a pesquisa O GLOBO/Ipec. Dos entrevistados com idade entre 16 e 24 anos, 26,2% se disseram flamenguistas. O índice geral rubro-negro foi de 21,8%. Do outro lado, o envelhecimento do Botafogo apareceu nos números.

Se 1,3% dos entrevistados afirmaram torcer pelo alvinegro, entre os mais jovens, esse número foi de apenas 0,3%. Entre os mais velhos — acima de 60 — o percentual cresce cerca de 1000%, vai a 3,1%, o maior do alvinegro em todas as estratificações da pesquisa.

É difícil cravar um único motivo para determinada torcida crescer e a outra, diminuir. Mas, sem dúvida, esse processo, seja na direção que for, começa dentro de casa.

O vínculo familiar é importante para a escolha de um time. O novo indivíduo nasce e cresce sob a influência do mundo imediatamente ao redor: pais, tios, irmãos e primos. Mas nem isso garante uma hereditariedade do clube do coração.
 

Marcelo Ferreira, 26 anos, é jornalista, carioca e corintiano. A mãe, de quem é muito próximo, é torcedora fanática do Botafogo. O pai, rubro-negro, e o restante da família, vascaína. Sem ninguém realmente preocupado em convertê-lo, seguiu solto até que, na adolescência, tomou gosto pelos textos do escritor Marcelo Rubens Paiva. Através deles, conheceu o Corinthians. Ao pesquisar sobre o clube paulista, teve o gosto fisgado pelo segundo time com maior torcida do Brasil, de acordo com a pesquisa O GLOBO/Ipec.

— Não rolou pressão da minha mãe para eu ser Botafogo. Ela até apoiou eu ser corintiano, achou peculiar — lembra o jornalista.

Entre os 15 times com maior torcida do Brasil, apenas Flamengo, São Paulo, Cruzeiro e Santos conseguiram apresentar diferença positiva substancial, superior a um ponto, no percentual de torcedores entre 16 e 24 anos em comparação aos índices dos entrevistados em geral.

Na outra ponta, os clubes que apresentaram diferença superior a um ponto no percentual de torcedores entre os que se declararam com 60 anos ou mais e o total de entrevistados foram Palmeiras, Santos, Botafogo e Fluminense.

Para o jornalista Rodrigo Capelo, o primeiro desafio dos clubes é manter seus torcedores já consolidados motivados a passar o gosto pelo clube adiante.

— Os clubes precisam engajar constantemente os torcedores já existentes, para eles passarem isso para as novas gerações. Isso forma círculo virtuoso. Quanto mais torcedores, mais receita, maior a chance de formar times vencedores e com isso cativar mais torcedores — afirmou.