Estados Unidos

Trump chama de 'falso tribunal' a comissão que investiga ataque ao Capitólio

Comissão parlamentar acusa o ex-presidente de "faltar com a obrigação", durante o ataque

Ex-presidente Donald Trump - Mandel Ngan/AFP

Donald Trump criticou a comissão parlamentar que investiga o ataque de seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, chamando-a de "falso tribunal". O magnata voltou a afirmar, sem provas, que as eleições presidenciais de 2020 lhe foram roubadas.

Em uma audiência na noite de quinta-feira (20), a comissão acusou o ex-presidente republicano de "faltar com sua obrigação" durante o ataque e entendeu que ele deve ser responsabilizado legalmente por isso.

Trump parece ter acompanhado a sessão de perto porque reagiu em seguida com uma série de postagens na rede Truth Social, criada por ele após ser banido do Twitter.

O republicano, que tem planos de disputar as eleições de 2024, denunciou as "mentiras" de uma comissão "corrupta e muito partidária". 

Trump também questionou por que o grupo de congressistas não pediu ao Serviço Secreto que confirmasse as declarações de um ex-funcionário da Casa Branca, segundo as quais Trump tentou tomar a direção do motorista de uma limousine para unir-se aos manifestantes em 6 de janeiro. "Porque conhecem a resposta e não gostam", protestou.

As eleições presidenciais de 2020 foram "manipuladas" e "roubaram a mim e a nosso país", reiterou, apesar de os tribunais terem rejeitado várias tentativas de comprovar a suposta fraude.

"Os Estados Unidos estão no inferno. Devo ficar feliz?", perguntou Trump. 

Na noite de quinta-feira, os membros da comissão concluíram uma série de audiências de alto perfil, dedicando duas horas e meia ao 6 de janeiro de 2021, descrevendo o dia de Donald Trump "minuto a minuto".

O magnata foi criticado por ter acompanhado a violência de seus apoiadores por três horas sem qualquer reação, "violando seu dever de chefe de Estado".

Os manifestantes pretendiam impedir a certificação da vitória de seu adversário democrata, Joe Biden, nas eleições presidenciais de 2020.