Inverno aumenta doenças respiratórias em crianças; ouça

O médico intensivista Marçal Paiva Júnior alertou que a falta de convívio social durante a pandemia levou à baixa imunidade das crianças

No inverno, as doenças respiratórias predominam e costumam afetar principalmente as crianças. Especialmente, este ano, as UTIs estão lotadas de crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), por conta da baixa imunidade devido ao isolamento dos bebês na pandemia. Sem convívio social, não houve tempo hábil para adquirir a imunidade necessária. Para falar sobre o assunto, Jota Batista conversou no Canal Saúde desta sexta-feira (22), na Rádio Folha 96,7FM, com o médico intensivista, Marçal Paiva Júnior, presidente da Sociedade de Terapia Intensiva (Sotipe).

De acordo com o profissional de saúde, é importante que os pais estejam atentos ao comportamento da criança, para observar se há alteração que aponte alguma desordem ou doença que necessite de atendimento médico e internação hospitalar. 

Quando o pai e a mãe perceberem que o filho está tendo cansaço, dificuldade para respirar e ficando mais molinho, são sinais de que a criança tem que ser levada para o hospital. O alerta que dou para os pais é prestar atenção na respiração, se está mais forçada. Criança é muito ativa, então quando percebem que a criança está diferente do dia a dia, é sinal para levá-la ao médico”, ressaltou. 

Marçal Paiva Júnior alertou, ainda, para a importância da vacinação infantil, não só da Covid-19, mas de todas as doenças. 

O número de vacinações diminuiu e isto é um retrocesso. O Programa Nacional de Imunização brasileiro é um dos mais bem sucedidos e mundialmente reconhecido como efetivo. O Brasil conseguiu erradicar doenças que no passado mataram muita gente, como poliomielite e varíola. Então é com muita tristeza que estamos vendo doenças reaparecendo porque baixou-se a guarda em relação à vacinação”, afirmou.

O médico apontou, também, que são necessários cuidados domésticos para evitar doenças respiratórias. 

As doenças respiratórias estão muito atreladas a alergias. Mofo, bichos de pelúcias, animais de estimação, cortinas ou carpetes, são fontes para um paciente desenvolver crises alérgicas. Então, neste momento em que temos infecções respiratórias por vírus, cuidados domésticos podem ajudar a prevenir os quadros respiratórios”, concluiu o médico intensivista Marçal Paiva Júnior.

Você consegue escutar a entrevista na íntegra acessando os links abaixo: