Rock e recorde de público marcam noite do sábado no Palco Mestre Dominguinhos
Público de 60 mil pessoas da sexta-feira foi superado na nona noite de shows no espaço, o principal do Festival
A estimativa de público na noite da última sexta-feira (22) no palco principal da festa, o Mestre Dominguinhos, foi de pelo menos 60 mil pessoas – na ocasião apresentaram-se Isaar, Simone, Lenine & Spok e o grupo Jota Quest. A praça esteve lotada, mas nada que se compare com o que houve neste sábado (23), quando o espaço recebeu Maestro Forró, Romero Ferro, Titãs, Pitty e Duda Beat – programação da nona noite de shows que provocou filas a perder de vista para acessar a praça. Pode-se dizer que a 30ª edição do FIG já é a maior de todos os tempos.
Com a irreverência de sempre, Maestro Forró celebrou duas décadas de carreira com repertório especial dos discos “Jorrando Cultura” e “#CabeçaNoMundo” – este último levou em 2013, na categoria Melhor Grupo Regional, o Prêmio da Música Brasileira.
Não faltaram à apresentação peripécias, sempre alinhadas à orquestra, uma das mais cortejadas pelo público pernambucano. Em seguida o cantor Romero Ferro, cercado por dançarinos, trouxe sua performance ao palco. Aclamado pelos fãs e com set list conhecido de carreira, ele também deu voz a Dominguinhos interpretando o clássico “Eu Só Quero um Xodó”, remetendo aos nove anos da passagem do mestre completadas neste 23 de julho.
Noite de Rock, Bebê!
Entre os 'culpados' pelo acumulado de gente no Palco Mestre Dominguinhos neste sábado, Titãs e Pitty respectivamente subiram ao palco e justificaram porque seguem incólumes aos atravessamentos da música brasileira.
Direto do túnel do tempo de uma das décadas mais felizes da música nacional, os anos de 1980, Titãs não deixou a desejar com repertório atemporal para um rock de protesto que faz-se mais do que nunca, necessário - embora versões dadas a hits como "Sonífera Ilha", por exemplo, não tenham sido tão felizes.
Mas nada que tenha ofuscado a apresentação de um dos grupos mais memoráveis do rock nacional, que tambem enveredou no palco, puxado por Sérgio Britto, uma sequência acústica com "Epitáfio" e "Enquanto Houver Sol". "Go Back", "Marvin" e "Flores" também integraram o set list, além de "Comida", "Polícia", "Homem Primata" e "Bichos Escrotos", entre outras, algumas delas em tom de protesto (político) e levadas pela incontestável guitarra de Beto Lee.
Titãs foi o "esquenta" que o público precisava para estar a postos e cair nas graças da baiana Pitty. À vontade no palco, ela passeou por sucessos de carreira e pelas boas-novas do EP "Casulo" e "Matriz" (2019). Com as clássicas "Me Adora", "Equalize" e "Teto de Vidro", entre outras, ela se apropriou da mescla de gerações que a aclamaram no decorrer de todo o show.
Duda Beat, a mais esperada da noite
O encerramento do sábado no Mestre Dominguinhos ficou a cargo da pernambucana Duda Beat e não foi à toa, já que ela efoi a atração mais esperada da noite, e acompanhada em uníssono pelo público com "Chega", "Decisão de Te Amar" e "Bolo de Rolo".
Em um dado momento do show, Duda impôs discurso de empoderamento, afirmando que " (...) Sobre se colocar em primeiro lugar, sobre se amar, sobre não colocar ninguém para ser protagonista da nossa vida, a gente é quem tem que ser protagonista da nossa vida. E isso não é ser egoísta, tá gente? ".
Ela complementou enaltecendo o quanto estava feliz em estar no FIG, e que estava ali realizando um sonho. "Eu tenho quatro anos de carreira, desde o primeiro ano meu sonho era estar cantando aqui. Estou muito emocionada de estar aqui hoje nesse espaço (...) A gente está fazendo história aqui hoje", finalizou a artista pernambucana, reforçando com um "muito obrigada" ao público.