Colisão continua sendo causa mais frequente em acidentes com motociclistas, aponta levantamento
Dos 58 leitos de ortopedia do HMA, 15 estão ocupados com pacientes que foram vítimas de acidentes com motos, o que corresponde a 25,86% do total
O Dia do Motociclista é celebrado nesta quarta-feira (27), mas a data tem servido mais como um alerta do que como um momento de comemoração, pois de acordo com o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura, dos mais de 153 mil acidentes registrados no Brasil, nos três primeiros meses do ano, 18% envolveram motocicletas.
Em Pernambuco, dos 1.002 acidentes no período, a moto lidera com 48,92% dos registros. Dos 222 óbitos ocorridos nesses acidentes, 45,5% tiveram envolvimento com motocicletas.
No Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH), em Paulista, que é referência no atendimento de trauma-ortopedia e cirurgia geral na Região Metropolitana Norte do Recife, 432 vítimas de acidentes de trânsito com motocicleta deram entrada no hospital, no período de janeiro a junho deste ano.
De acordo com levantamentos feitos pela Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH/HMA), que constam no Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (Sinatt), em quase 60% dos casos, os pacientes que dão entrada são vítimas de colisão no trânsito. A segunda causa é a queda, com 34% dos registros.
Em 2021, no mesmo período, foram 452 acidentes, sendo 60% deles provocados por colisões.
Com o intuito de mudar esse cenário, o HMA alerta aos motociclistas sobre a importância do uso de equipamentos básicos, como o capacete por exemplo, que é obrigatório.
“A falta dos equipamentos de proteção individuais, como capacete, cotoveleiras e sapatos fechados, contribui para a gravidade das lesões e faz com que o perfil desse tipo de acidente não mude”, explica o ortopedista Adauto Telino, diretor médico do HMA.
“E se somarmos à falta de habilitação do condutor, o uso de bebida alcoólica e a velocidade, que também são fatores relacionados aos acidentes, temos a descrição dos casos notificados das vítimas de acidentes de motocicleta em nossa unidade”, completou.
Apesar do óbito não representar, felizmente, a maioria dos casos de evolução do atendimento no HMA, um outro dado preocupante diz respeito às internações hospitalares.
Este ano, até o mês de junho, 45,8% dos pacientes que deram entrada na unidade após acidente com moto precisaram ser internados.
“São pacientes submetidos, muitas vezes, a mais de uma intervenção cirúrgica e que precisam de acompanhamento médico, numa recuperação lenta, com grande possibilidade de alguma sequela. Além disso, esse paciente onera o Sistema Público de Saúde em suas fases pré-hospitalar, durante o atendimento e até posteriormente, levando em consideração as sessões de fisioterapia”, finalizou Adauto.