Tecnologia

Microsoft tem o menor crescimento de vendas desde 2020 no 2º tri com efeito do dólar forte

Empresa divulgou balanço com vendas e lucro abaixo do esperado pelo mercado em meio aos sinais de piora no cenário econômico. Valorização do dólar afeta vendas para fora dos EUA

Microsoft - Josep Lago / AFP

A Microsoft registrou vendas e lucro abaixo das projeções dos analistas no segundo trimestre com o fortalecimento do dólar frente a outras moedas no mundo e menor demanda das empresas por serviços de computação em nuvem e softwares em meio à desaceleração econômica global.

As receitas da empresa entre abril e junho subiram 12%, para US$ 51,9 bilhões, segundo o balanço divulgado pela empresa fundada pelo bilionário Bill Gates hoje. A receita líquida alcançou US$ 16,7 bilhões. Ambos os números ficaram um pouco abaixo do estimado pelos analistas de mercado ouvidos pela Bloomberg.

Em geral, as vendas da empresa cresceram no menor ritmo desde setembro de 2020. O crescimento da receita da divisão de serviços de computação em nuvem Azure desacelerou para 40%, outro indicador que também ficou abaixo das previsões. Analistas esperavam 44% e, no trimestre imediatamente anterior, o avanço havia sido de 46%.

O principal obstáculo para as vendas da empresa é a valorização global do dólar, que prejudica as vendas da gigante de tecnologia fora dos Estados Unidos.

Com isso, a Microsoft também tem suas previsões para o ano reduzidas e vem tomando medidas de redução de custo diante das previsões de recessão nos EUA, a maior economia do mundo. A companhia tem desacelerado contrações em áreas como a de computação em nuvem e a de softwares da família Office. No início deste mês, cortou cerca de 1% dos seus cerca de 180 mil empregados.

A demanda pelos produtos da Microsoft desacelerou particularmente nas últimas semanas do trimestre em meio ao movimento de empresas adiando compras antecipando uma possível recessão global, avaliou Derrick Wood, analista da Cowen.

As ações da Microsoft caíram cerca de 1% nas negociações após o fechamento do mercado e a divulgação do balanço. Após fechar 2021 com valorização de 51%, as ações da Microsoft acumulam perdas de 25% neste ano em meio às perdas impostas pela conjuntura às empresas de tecnologia americanas.