BRASIL

Com receitas extras, contas do governo têm melhor 1º semestre desde 2013

Melhora, porém, será coberta por gastos da PEC Eleitoral

Foto: Felipe Ribeiro/Arquivo Folha

Com o recebimento da receita da privatização da Eletrobras, o aumento de dividendos e a alta da arrecadação, o Governo Federal fechou o primeiro semestre deste ano com as contas públicas no azul.

Entre janeiro e junho, o governo registrou um superávit (quando as receitas superam as despesas) de R$ 53,6 bilhões, o melhor resultado para o período desde 2013, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira.

Apenas em junho, o governo recebeu R$ 26,6 bilhões por conta da privatização da Eletrobras e R$ 25,8 bilhões em dividendos (parte do lucro das estatais distribuído à União).

No primeiro semestre deste ano, a receita bateu seguidos recordes, por conta da inflação e da melhora da economia, além da arrecadação extra. No total, a receita subiu 15,1% acima da inflação. Já a despesa subiu 1,2% em termos reais — dessa forma, o governo registrou um superávit.

Essa melhora nas contas públicas deve ser coberta ao longo do segundo semestre com os gastos autorizados pela PEC Eleitoral (que somam R$ 41,2 bilhões, para pagar auxílios como a ampliação do Auxílio Brasil e o benefício para caminhoneiros e taxistas).

Na tentativa de encerrar o ano de 2022 no azul, o governo pediu para Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES ampliarem a distribuição de dividendos neste ano. Apenas o BB não deve atender o governo. O Ministério da Economia também quer compensar a redução a zero dos impostos federais sobre a gasolina.