Saúde

Brasil confirma primeiro óbito por varíola dos macacos fora da África

Vítima era um homem que estava internado em um hospital da cidade de Uberlândia, em Minas Gerais

Erupções na pele causada pela varíola dos macacos - Reprodução

O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (29), a primeira morte por varíola dos macacos no Brasil - é também o primeiro óbito que ocorre fora da África, continente onde há uma endemia da doença em curso e que já registrou cinco mortes em decorrência do surto, desde o início do ano. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a vítima era um homem que estava internado em um hospital de Minas Gerais. O paciente tinha imunossupressão e comorbidades.

O homem fazia tratamento contra câncer e quimioterapia e tinha 41 anos. "A causa de óbito foi choque séptico, agravada pelo Monkeypox", informa nota do Ministério da Saúde enviada à Folha de Pernambuco.

Segundo a médica infectologista diretora do hospital onde o homem estava internado, ele estava com a saúde muito fragilizada - confira a entrevista.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não se pronunciou de forma oficial sobre a morte do homem.

Em Pernambuco, foram confirmados, até a atualização mais recente dessa quinta-feira (28), um total de sete casos. Outros 11 prováveis casos seguem em investigação.

Varíola dos macacos
Causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês), a varíola dos macacos foi declarada emergência de saúde pública de interesse internacional pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A decisão foi tomada com base no aumento de casos em vários países, o que aumenta o risco de uma disseminação internacional.

Especialistas a classificam como uma doença viral rara, transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/Aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.