Racismo

Além de filhos de Ewbank e Gagliasso, veja outros casos de racismo que geraram comoção

Em alguns países, como Portugal, onde ocorreu o episódio em que foram alvos Títi e Bless, quem ofende não é punido

Em alguns países, como Portugal, onde ocorreu o episódio em que foram alvos Títi e Bless, quem ofende não é punido - Pexels

O racismo sofrido por Títi e Bless, filhos dos atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso traz à lembrança inúmeros outros casos que aconteceram no Brasil e no exterior. Episódios em que as vítimas, famosas ou não, são ofendidos por causa da cor da pele.

Em alguns países, como Portugal, onde ocorreu o episódio em que foram alvos Títi e Bless, quem ofende não é punido. Já no Brasil, racismo é crime inafiançável e imprescritível.

Um dos últimos casos que gerou revolta aconteceu com o piloto Lewis Hamilton. Ele foi chamado de "neguinho" pelo ex-piloto brasileiro Nelson Piquet, num vídeo que gerou repercussão. Ao comentar o episódio, Hamilton disse: "Eu tenho sido alvo de racismo e narrativas negativas e arcaicas e tons de discriminação. Não sei por que continuamos a dar uma plataforma a essas pessoas mais velhas".

Para o piloto, declarações como a de Piquet refletem "vozes antigas" que acreditam que, "subconscientemente ou conscientemente", pessoas como ele "não deveriam estar no esporte".

Em julho de 2016, Preta Gil usou as redes sociais após receber mensagens de ódio.

"Uns atacaram minha cor, meu trabalho, meu corpo, outros tentando fazer piadas de péssimo gosto apenas para tentar me diminuir ou magoar, eles assinaram todos os posts com uma # agiram em bando. São organizados e cruéis. Saibam esse tipo de ataque só me fortalece, eu conheço o meu valor", reagiu a cantora.

Também em julho de 2016, o site da cantora e atriz Negra Li foi hackeado e teve o conteúdo substituído por mensagem racistas e uma foto de um macaco. A página chegou a ficar fora do ar para "uma análise mais completa" da invasão, conforme postou a cantora em seu perfil no Facebook, na ocasião.

Em maio de 2016, o Ministério Público do Rio denunciou o professor de capoeira Hélder dos Santos Santana, o PQD, por cometer injúrias racistas contra a cantora Ludmilla. As ofensas foram feitas por meio de postagens em redes sociais. Ao visualizar uma fotografia da vítima, o denunciado escreveu: "Odeio essa criola nojenta (sic)". E, ao ser criticado por outras pessoas, continuou a postar injúrias. Hélder já respondia na Justiça por crime de tentativa de homicídio.

A jornalista da TV Globo, Maria Júlia Coutinho, foi vítima de ataques racistas em julho de 2015. Em julho de 2016, a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra quatro homens acusados das ofensas. O grupo virou réu pelos crimes de racismo, injúria, falsidade ideológica, corrupção de menores e associação criminosa na internet.

Cris Vianna foi vítima de comentários racistas postados numa foto publicada em setembro de 2015, em uma rede social. A atriz não se intimidou com o preconceito e fez um desabafo na ocasião. Ela chamou de covardes com mentes limitadas as pessoas que escreveram os comentários racistas:

"Não posso me calar. Usarei minha voz por muitos que sofrem esse tipo de ataque racista diariamente e voltam pra casa calados, cansados de não serem ouvidos, para chorar sozinhos. A vergonha e a tristeza que sinto hoje são por essas pessoas pequenas, pobres de espírito e de coração vazio. São incapazes de enxergar e aceitar que somos todos, com as nossas diferenças, dignos do mesmo respeito. A essa minoria cega e burra, minha pena".

Sheron Menezzes foi alvo de comentários preconceituosos em uma foto compartilhada em dezembro de 2015. Na época, a atriz usou o Facebook para comentar o episódio, postando um texto destinado aos "desprezíveis racistas": "Não adianta entrar na minha página e escrever absurdos, xingamentos e agressões pois vão ter que engolir a mim e a tantas outras pessoas negras em nosso país".

Outros ataques

Esta não foi a primeira vez que aTíti se tornou alvo de comentários preconceituosos. Em novembro de 2016, Gagliasso prestou queixa na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, no Rio, por causa de um comentário feito numa postagem de Giovanna.

"Você e seu marido até que combina, mas a criança que vocês adotaram não combinou muito, porque ela é pretinha e lugar de preto é na África" dizia a mensagem. O comentário foi apagado em seguida e o perfil da pessoa, excluído.

Em novembro de 2017, Títi, à época com 4 anos, foi agredida num vídeo gravado pela blogueira e socialite Day McCarthy. Ela disse, na ocasião, não entender porque as pessoas "ficavam no Instagram do Bruno Gagliasso, elogiando aquela macaca" e que "a menina é preta, tem cabelo horrível, de bico de palha, e tem um nariz de preto, horrível".

Giovanna reagiu à época: "Bom domingo com amor e a pureza de uma criança a todos que têm nos mandado mensagens sobre o acontecido. Racismo é crime, e já estamos tomando as devidas providências perante a lei". Day McCarthy foi acionada na Justiça.