Internacional

Quase 700 imigrantes cruzaram o Canal da Mancha para o Reino Unido na segunda-feira (1°)

As últimas chegadas sugerem que a política controversa do governo de deportar para Ruanda aqueles que tentam a travessia perigosa não conseguiu dissuadi-los

Bote resgatando migrantes no Canal da Mancha, visto por um binóculo - Marine Nationale / AFP

Quase 700 imigrantes e solicitantes de asilo cruzaram o Canal da Mancha para o Reino Unido na segunda-feira (1º), um novo recorde este ano, disse o governo britânico nesta terça (2). 

As últimas chegadas sugerem que a política controversa do governo de deportar para Ruanda aqueles que tentam a travessia perigosa não conseguiu dissuadi-los. 

O Ministério da Defesa indicou que 696 imigrantes chegaram na segunda-feira em 14 pequenas embarcações, o número diário mais alto em 2022 e a segunda vez este ano em que supera os 600. 

Grandes grupos de pessoas, incluindo crianças pequenas, foram levados para Ramsgate, na costa de Kent, no sudeste da Inglaterra, antes de serem levados de ônibus para os centros de processamento. 

Até agora, em 2022, mais de 17 mil pessoas chegaram ao Reino Unido depois de cruzar o Canal da Mancha – uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo – em pequenos barcos, segundo dados do governo. 

Mais de 28.500, a maioria homens jovens, chegaram à costa britânica no ano passado. 

O recorde diário, 853, foi estabelecido em novembro de 2021. 

O número de travessias varia ao longo do ano, dependendo das condições climáticas e das medidas de controle na costa norte da França.

Em uma tentativa de impedir as chegadas, o Reino Unido anunciou este ano uma nova política de retorno para Ruanda. No entanto, o primeiro voo previsto para decolar em junho foi suspenso devido a problemas jurídicos e a política continua estagnada.

O Reino Unido tem enviado à França dezenas de milhões de euros por ano para ajudar a impedir as travessias de barco, inclusive para patrulhas extras nas praias e equipamentos adequados, como óculos de visão noturna. 

Rishi Sunak e Liz Truss, os dois rivais conservadores que concorrem para suceder o primeiro-ministro Boris Johnson, prometeram manter a política de Ruanda.