Segurança

EUA chama manobras militares chinesas de irresponsáveis após visita de Pelosi a Taiwan

Pequim realizou exercícios militares em torno de Taiwan nesta quarta-feira em resposta à visita de Pelosi à ilha independente e democrática que a China considera parte de seu território.

Manifestantes pró-Pequim pisam em uma imagem da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, - Peter PARKS / AFP

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, classificou, nesta quarta-feira (3), como irresponsáveis as manobras militares realizadas pela China em resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan, e alertou sobre o perigo da situação sair do controle.

"Acho que o que a China está fazendo aqui não é responsável", disse Sullivan, em entrevista à Rádio Pública Nacional.

Pequim realizou exercícios militares em torno de Taiwan nesta quarta-feira em resposta à visita de Pelosi à ilha independente e democrática que a China considera parte de seu território.

"Sempre que um militar participa de uma série de atividades que incluem a possibilidade de testes de mísseis, exercícios de tiro real, ou aviões de combate que cruzam o céu e navios que se movem nos mares, a possibilidade de (que aconteça) algum tipo de incidente é real", afirmou Sullivan, que pediu a Pequim para diminuir as tensões no Estreito de Taiwan.

"O que esperamos é que a RPC (República Popular da China) aja com responsabilidade e evite o tipo de escalada que pode levar a um erro de cálculo no ar ou nos mares", acrescentou o funcionário.

Pelosi, a segunda na linha de sucessão presidencial, viajou a Taiwan na terça-feira, desafiando as ameaças de Pequim, que vê a visita como uma grande provocação.

A China reagiu furiosamente, anunciando exercícios militares "necessários e justos" nas águas da costa de Taiwan, algumas das vias navegáveis mais movimentadas do mundo.

Após a partida de Pelosi, o ministro da Defesa de Taiwan anunciou que 27 caças chineses entraram na zona de defesa aérea da ilha.

Nos últimos dois anos, Pequim aumentou o número de incursões militares na zona de defesa de Taiwan - um espaço maior que o espaço aéreo da ilha -, mas continua sendo uma ocorrência relativamente rara.