Combustível

Após queda do diesel, Bolsonaro diz esperar "outras reduções" nos preços da Petrobras

Estatal reduziu preço do diesel nas refinarias em 3,56% nesta quinta-feira (4)

Bolsonaro disse em live desta quinta-feira (4) que espera "outras reduções" pela Petrobras - YouTube/Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (4) que espera que "outras reduções aconteçam" na Petrobras após a queda do preço do diesel em 3,56%. A estatal diminuiu em R$ 0,20 por litro, de R$ 5,61 para R$ 5,41.

-- Então, a Petrobras, com a nova direção, com novo presidente agora, anuncia a primeira redução no preço do diesel. Parabéns aí à Petrobras. Já haviam reduzido nas últimas duas semanas R$ 0,35 no preço da gasolina lá na refinaria. A gente espera que outras reduções aconteçam aí na nossa Petrobras -- afirmou Bolsonaro durante live nesta quinta-feira.

É a primeira vez que o preço do diesel é reduzido desde que o novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade, assumiu o comando da empresa. Desde maio do ano passado, o preço do diesel só era reajustado para cima.

O Palácio do Planalto e integrantes do governo Jair Bolsonaro, especialmente a Casa Civil, vinham pressionando a Petrobras para reduzir o preço do óleo diesel, de acordo com fontes do Executivo, após a empresa ter mexido nos valores da gasolina duas vezes.

Nas últimas semanas, a cotação do petróleo no mercado internacional vem recuando, após forte alta no início do ano por causa da Guerra na Ucrânia.

Em meio ao temor de uma recessão nos EUA e diante de uma forte desaceleração no crescimento econômico global, o preço do barril do tipo brent recuou do patamar de US$ 120 no início de junho para próximo de US$ 95 agora. É uma queda de quase 21% em dois meses.

Segundo a Petrobras, o reajuste acompanha a evolução dos preços de referência, ou seja, das cotações no mercado internacional, que se estabilizaram num "patamar inferior".

Reajuste no IR

Bolsonaro também voltou a afirmar que está "garantido com a equipe econômica" uma correção na tabela do Imposto de Renda. O presidente, no entanto, não deu detalhes sobre o percentual porque ainda não houve uma definição.

-- Agora está garantido com a equipe econômica. Vamos conversar. Não vou dizer o percentual ainda porque ainda não batemos o martelo. Mas vamos corrigir a tabela do Imposto de Renda, que, cada vez mais, vem se transformando não em tabela de Imposto de Renda, mas sim em redução de renda

A isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até cinco salário mínimos é uma promessa de campanha de Bolsonaro, até agora não concretizada.

No início deste mês, ele já havia afirmado que estava "acertado" a correção da tabela para o próximo ano. Durante o seu mandato, o presidente reforçou diversas vezes a promessa, dizendo que queria estabelecer a isenção no mínimo em R$ 3 mil, mas não cumpriu o compromisso até agora.

Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato falou em estabelecer a isenção para quem ganhasse até cinco salários mínimos — o que, na época, equivalia a quase R$ 5 mil. Atualmente, a isenção é de R$ 1.903,98. Depois do início do governo, Bolsonaro passou a falar que gostaria reajustar a tabela para no mínimo R$ 3 mil, mas mesmo assim não cumpriu a promessa.

A defasagem da tabela no governo Bolsonaro está acumulada em 26,6% até junho de 2022, de acordo com estudo feito pelo Sindifisco Nacional, que representa os auditores-fiscais da Receita Federal.