Mudanças Climáticas

Camada de gelo marinho na Antártica caiu para níveis recordes em julho

O mês de julho teve um dos piores níveis detectados em 44 anos de registros via satélite

turistas caminhando ao lado de um fluxo de água derretida que flui da geleira Tsanfleuron acima de Les Diablerets, Suíça - Fabrice Coffrini / AFP

O serviço de monitoramento europeu Copernicus, informou nesta terça-feira (09) que a camada de gelo sob as águas da Antártica foi reduzida. O mês de julho teve um dos piores níveis detectados em 44 anos de registros via satélite.

O gelo polar antártico mediu 15,3 milhões de quilômetros quadrados em julho, ou seja, 1,1 milhões de quilômetros quadrados a menos que a média do mesmo mês durante o período de 1991 até 2020, uma diminuição de 7%.

Os cientistas utilizam desde 1979 medições de satélite para estudar com precisão a evolução das calotas polares no Ártico e na Antártica. 

A camada de gelo flutua na superfície do mar, não incluindo a cobertura da parte terrestre do polo.

Os cientistas detectaram uma diminuição contínua da camada de gelo marinho desde fevereiro de 2022, mesmo sendo inverno durante o mês de julho no hemisfério sul.

Normalmente, a camada de gelo diminui durante o verão e é reconstituída no inverno em ambos os polos.

No polo Ártico, durante o verão boreal, a diminuição do gelo marinho no mesmo período foi de 4%.

O serviço Copernicus destacou que julho foi anormalmente seco na América do Norte, América do Sul, Ásia Central e Austrália, enquanto as chuvas foram mais fortes no leste da Rússia, no norte da China e no cinturão tropical da África Oriental até a Ásia.

"Espera-se que ocorram períodos mais frequentes e longos de temperaturas extremamente altas, à medida que as temperaturas globais aumentam", disse em nota Freja Vamborg, uma das responsáveis pelo serviço.